Manifestações antidemocráticas são 'criminosas' e devem ser punidas, diz Gilmar Mendes

Ministro do Supremo Tribunal Federal concedeu entrevista à GloboNews e comentou atos ocorridos neste domingo (31). Gilmar Mendes: 'Manifestações anti-democráticas se [...]

Por Rogério Magno em 01/06/2020 às 03:15:56
Ministro do Supremo Tribunal Federal concedeu entrevista à GloboNews e comentou atos ocorridos neste domingo (31). Gilmar Mendes: 'Manifestações anti-democráticas se revelam criminosas'

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou neste domingo (31), em entrevista à GloboNews, que manifestações antidemocráticas são inconstitucionais, criminosas e devem ser repudiadas e punidas.

Neste domingo (31), manifestantes pró-Bolsonato fizeram um ato na Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde fica o Supremo Tribunal Federal, na qual fizeram a defesa de medidas antidemocráticas. Faixas exibidas no ato pediam intervenção militar e fechamento do Congresso e do STF.

Veja principais trechos da entrevista à GloboNews

"A mim me parece que isso precisa ficar muito claro. Manifestações antidemocráticas elas não apenas são inconstitucionais, mas elas se revelam criminosas e elas têm que ser repudiadas e punidas", declarou o ministro.

Gilmar Mendes afirmou ter conversado com o presidente Jair Bolsonaro sobre a presença dele nesses tipos de ato.

"Acho tudo isso preocupante e já tive até oportunidade de dizer ao próprio presidente da República que me parecia extremamente inadequado ele participar de manifestações que clamavam pelo fechamento do Congresso, do STF e por qualquer medida antidemocrática", afirmou Gilmar Mendes.

O ministro afirmou que é "tão preocupante" e pode revelar algo criminoso, que o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu abertura de inquérito para investigar as ações antidemocráticas desse grupo.

Gilmar Mendes disse também que protestos em frente ao tribunal, como o que ocorreu na noite deste sábado, não intimidam a Corte.

"Isso não nos intimida. Se houver qualquer ameaça de agressão à Corte, acredito que as forças de segurança estão aí para eventualmente protegê-la", declarou.

O ministro afirmou que essas manifestações "estão se valendo da liberdade de reunião para cometer atos que vão contra o texto constitucional".

Ele se referiu também ao ato realizado na noite de sábado em frente ao STF, no qual os manifestantes usavam máscaras brancas e tochas, a exemplo dos supremacistas brancos dos Estados e o dos nazistas, nos anos 1930, na Alemanha.

"Essa, na madrugada, lembra esses supremacistas raciais brancos e episódios que ocorreram na Alemanha nazista, de modo que é preciso ter muito cuidado, isso não tem nada a ver com democracia", completou.

Manifestantes fizeram neste domingo (31) em Brasília um ato a favor do governo Jair Bolsonaro e em defesa de medidas inconstitucionais e antidemocráticas, como o fechamento do Congresso, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma intervenção militar.

No sábado, apoiadores de Bolsonaro fizeram ato com tochas e máscaras brancas em frente ao Supremo.

Em redes sociais, internautas lembraram que tochas e máscaras são elementos marcantes em atos do grupo supremacista branco Ku Klux Klan, também conhecido como KKK, nos Estados Unidos. Também lembraram o uso de tochas em manifestações dos nazistas, na Alemanha da década de 1930.

Fonte: G1

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