Covid-19: Alemanha planeja adotar novas restrições em fronteira com a França

Por Rogerio Magno em 21/02/2021 às 13:05:36

Michel Kappeler/Pool via Reuters

A Alemanha está preocupada com a situação na região de Moselle, na fronteira com a França, uma das mais atingidas pela pandemia de Covid-19 no país. A chanceler alemã, Angela Merkel, se reúne nesta nesta segunda-feira (22) com representantes do governo para discutir a adoção de novas medidas de precaução na fronteira para evitar a propagação da doença.

A região francesa é classificada atualmente como "área de risco" e contabiliza 283 contaminações por 100 mil habitantes, contra 175 para a região leste e 190 em nível nacional. A taxa de incidência do vírus na Alemanha está abaixo de 60, um terço da registrada na França.

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Moselle poderá ser classificada como "área de forte incidência", ou "área atingida pelas variantes do vírus", segundo a imprensa alemã. Se for o caso, o país exigirá um teste negativo de no máximo 48 horas para permitir a entrada no território.

A decisão abre a possibilidade para um fechamento das fronteiras, ainda que parcial. Este já é o caso da fronteira com a República Tcheca e parte da Áustria. As autoridades do Sarre, a região que faz divisa com a Moselle e Luxemburgo, esperam, entretanto, evitar a medida.

Nesta semana, durante uma reunião com os representantes da região leste da França, o chefe alemão do governo regional, Tobias Hans, disse que prefere evitar, na medida do possível, a introdução de novos controles. "Nossa resposta diante desse desafio deve ser europeia e favorecer a coesão, mais do que a separação", declarou, reconhecendo que a situação é "tensa".

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O estado do Sarre pretende colocar à disposição das empresas 100.000 testes rápidos que poderão ser utilizados na base do voluntariado. Eles serão destinados principalmente aos trabalhadores franceses que trabalham na região de fronteira. A França e a Alemanha também querem implantar um centro de testes franco-alemão para os profissionais.

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O porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, admitiu neste domingo (21) que as medidas sanitárias rígidas deverão continuar a ser aplicadas na França. A circulação do vírus "aumentou um pouco", declarou em uma entrevista na TV neste fim de semana. "O vírus pode nos surpreender, mas não significa que isso seja uma fatalidade", acrescentou.

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Christian Hartmann/Reuters

Neste sábado (20), o ministro da Saúde, Olivier Véran, declarou que a tendência dos últimos dias "não é boa", com cerca de 22 mil novos casos registrados entre sexta-feira e sábado. Os hospitais franceses continuam lotados, com 25.269 pacientes internados e mais de 3.300 nas UTIS (unidade de terapia intensiva).

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O porta-voz do governo disse que o objetivo continua sendo evitar um terceiro lockdown. A situação, entretanto, pode ser avaliada de maneira diferente em função da região. No sudeste do país, por exemplo, onde fica Nice, poderão ser adotadas medidas mais restritivas.

A taxa de incidência na cidade é de 700 casos positivos por 100 mil habitantes e 10% dos testes realizados, muitos da cepa britânica, são positivos. A decisão do governo francês deve ser anunciada entre hoje e amanhã. “A epidemia está fora de controle na região e isso significa que as medidas não são suficientes”, alertou Rémi Salomon, o presidente da comissão médica dos hospitais públicos de Paris.

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Em nível nacional, o governo francês vai esperar 10 dias para anunciar novas decisões de flexibilização ou restrição.

Fonte: G1

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