Brasil entra em rede global de produção de vacinas contra Covid-19

A OMS afirmou que ainda não há definição sobre qual será a atuação do Brasil no desenvolvimento e produção de tratamentos e vacinas, o que será feito "nos [...]

Por Rogério Magno em 01/06/2020 às 16:54:50

A OMS afirmou que ainda não há definição sobre qual será a atuação do Brasil no desenvolvimento e produção de tratamentos e vacinas, o que será feito "nos próximos passos" do projeto. A entidade não informou se há um calendário para os próximos passos.

Segundo Akira Homma, assessor científico sênior do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fiocruz, o país teria condições de entrar em pelo menos três fases do processo: no desenvolvimento de vacinas, nos testes clínicos de fase 3 (que precisam ser feitos em um país onde a pandemia ainda esteja ativa) e na fabricação dos produtos em grande escala.

Uma das vantagens competitivas do país, segundo ele, é a unidade piloto de vacinas de Bio-Manguinhos, "com todas as características de boas práticas de fabricação, que pode produzir para estudos clínicos e fazer o escalonamento de produção".

Homma diz que pesquisas para o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 feitas em diferentes centros diferentes, como USP, Incor e Fiocruz de Belo Horizonte, trabalhando com diversas alternativas tecnológicas, poderiam potencialmente participar do pool global.

Esses institutos têm parcerias com instituições estrangeiras e podem buscar alianças para acelerar suas pesquisas, afirma o assessor científico.

As instalações de produção industrial da própria Bio-Manguinhos e do Instituto Butantã podem ser importantes quando uma vacina viável for descoberta. "Laboratório nenhum no mundo consegue produzir a quantidade necessária em escala global", diz ele.

Além disso, o mais provável é que, quando houver vacinas para serem testadas na população, o número de casos de Covid-19 já esteja muito baixo em países desenvolvidos, e seja preciso fazer os experimentos em outras regiões, como o Brasil.

No desenvolvimento de uma vacina, ela é primeiro testada em células em laboratório, depois em animais, e então passa a estudos clínicos com seres humanos.

Na fase 1 é testada a segurança, em grupos de 40 ou 50 pessoas; na fase 2, calibram-se as dosagens corretas para diferentes grupos e na fase 3 a vacina é aplicada em uma amostra da população que esteja exposta à doença, para que seja avaliada sua eficácia. É nesse momento que o Brasil pode ser um local propício para os experimentos.

Nesta pandemia, para acelerar as pesquisas, as várias fases estão acontecendo em paralelo, em vez de sequencialmente (o que poderia levar de 10 a 15 anos), e a OMS já deu OK para testes ainda mais acelerados, chamados de challenge, em que o vírus é inoculado em pacientes que tomaram a vacina, para verificar se ela protege contra a infecção.

"Esse tipo de teste já foi feito em humanos para doenças como cólera, febre tifóide e influenza, e permite definir a eficácia num tempo curtíssimo", diz o cientista.

Até esta segunda, o C-TAP incluía também Argentina, Bangladesh, Barbados, Belize, Chile, República Dominicana, Equador, Egito, Indonésia, Líbano, Malásia, Maldivas, México, Moçambique , Omã, Paquistão, Palau, Panamá, Peru, São Vicente e Granadinas, África do Sul, Sudão, Timor-Leste e Uruguai.

Fonte: Banda B

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