Cerca de 16 milhões de iemenitas são vítimas da escassez de alimentos, afirma a ONUReutersTrês semanas atrás, a menina de 13 anos pesava apenas nove quilos quando foi internada no hospital al-Sabeen na capital do Iêmen, Sanaa, com uma desnutrição que a deixou doente por pelo menos quatro anos. Agora ela pesa 15 quilos."Temo que, quando voltarmos para o interior (do país), sua condição se deteriore novamente devido à falta de alimentos nutritivos. Não temos renda", disse seu irmão mais velho, Muhammad Abdo Taher Shami, à Reuters.Eles estão entre cerca de 16 milhões de iemenitas -- mais da metade da população do país da Península Arábica -- que as Nações Unidas afirmam serem vítimas de escassez de alimentos. Destes, cinco milhões estão à beira da fome, alerta o chefe da ajuda humanitária da ONU, Mark Lowcock.Na segunda-feira, a Organização das Nações Unidas espera arrecadar cerca de 3,85 bilhões de dólares em um evento virtual de promessas para evitar o que Lowcock diz ser uma fome "provocada pelo homem" em grande escala, a pior que o mundo já viu em décadas.Mais de seis anos de guerra no Iêmen --amplamente vista como um conflito proxy entre a Arábia Saudita e o Irã-- fizeram o país empobrecido mergulhar no que as Nações Unidas descrevem como a maior crise humanitária do mundo.Cerca de 80% dos iemenitas precisam de ajuda, com 400 mil crianças com menos de cinco anos gravemente desnutridas, de acordo com dados da ONU. O país depende de importações para abastecer grande parte do mercado interno com comida, mas elas foram seriamente afetadas ao longo dos anos por todas as partes em conflito."Antes da guerra, o Iêmen era um país pobre com um problema de desnutrição, mas tinha uma economia em funcionamento, um governo que prestava serviços a uma grande quantidade de sua população, uma infraestrutura nacional e uma base de exportação", disse Lowcock a repórteres. "A guerra destruiu em grande parte tudo isso.""No mundo moderno, a fome envolve basicamente pessoas sem renda e outras bloqueando os esforços para ajudá-las. É basicamente isso que temos no Iêmen", acrescentou.Huthis do Iêmen reivindicam ataque com drone ao aeroporto sauditaJoe Biden vai tirar apoio militar dos EUA à ofensiva militar no Iêmen
G1