1 ano de pandemia: RN tem recorde de internações e alta de mortes e casos

Passados doze meses, março de 2021 tem a maior média diária de casos (1.353) e de mortes (26) por Covid-19 desde o surgimento do vírus no estado

Por Rogério Magno em 12/03/2021 às 08:06:57

A pandemia de Covid-19 completa um ano no Rio Grande do Norte diante de um cenário de alta de mortes, falta de leitos, fila de pacientes, recorde de internações e maior média diária de novos casos da doença, que chegou oficialmente ao estado no dia 12 de março de 2020. Passados doze meses, março de 2021 tem a maior média diária de casos (1.353) e de mortes (26) por Covid-19 desde o surgimento do vírus no estado.

O primeiro caso de Covid-19 diagnosticado em solo potiguar foi registrado há um ano, em uma mulher que se contaminou na Europa após ter passado por França, Itália e Áustria.

A primeira morte não demorou muito: 16 dias após a chegada do vírus ao RN, o professor universitário Luiz di Souza faleceu aos 61 anos em Mossoró, no Oeste potiguar. Neste intervalo, a pandemia alterou bruscamente a rotina dos potiguares. Serviços deixaram de ser prestados presencialmente, prédios públicos mudaram o funcionamento, eventos foram suspensos e locais públicos tiveram que ser isolados. Um ano após a chegada da doença, a rede pública de saúde sofre com superlotação e falta de leitos para tratar a Covid-19, assim como na metade de 2020.

Mesmo após 12 meses, a pandemia dá sinais de uma nova aceleração, o que os especialistas chamam de segunda onda. O total de mortes registrados em 2021 (até 11 de março) representa 22% do total de óbitos contabilizados desde o início da pandemia. Fevereiro deste ano se tornou o mês com o maior número de novos casos de coronavírus (25.018), superando dezembro de 2020 (22.960), números que até então só haviam sido registrados no primeiro pico da pandemia entre junho e julho do ano passado.

Outro sintoma do recrudescimento da pandemia é a média de casos da doença, que neste mês de março ultrapassou a marca de 1.353 novos diagnósticos do coronavírus todos os dias.

O número é um recorde em relação a fevereiro deste ano (893 novos casos/dia), que por sua vez já havia superado junho de 2020 (753 novos casos/dia). Março de 2021 se tornou ainda o mês com a maior média de mortes: são 26,7 óbitos todos os dias em decorrência do coronavírus.

Para efeito de comparação, é como se o RN tivesse registrado um Massacre de Alcaçuz — pior episódio da história do sistema penitenciário potiguar — por dia ao longo deste mês. Sobre o novo pico da doença, a médica infectologista Marise Reis comenta que embora o cansaço seja inevitável, um ano depois do primeiro caso, a orientação é manter as recomendações de segurança para frear o avanço da Covid-19. "Estamos passando por isso com muito cansaço, estamos todos exaustos de precisar mudar nossos hábitos, nosso modo de viver, trabalhar, em função de uma doença que se transmite entre as pessoas. Estamos no pior momento da pandemia e pode ser que se torne pior.

A gente vivencia um momento muito desafiador porque estamos com um volume maior de pessoas adoecidas, portanto, um contingente maior de pessoas precisando de leito de UTI e de pessoas transmitindo. Essa é uma conta fácil de fazer: quanto maior é a proporção de pacientes na UTI, maior é o volume de doentes que não apresentam sintomas, ou que tem formas leves, mas que transmitem.

Para a gente conter isso é manter o distanciamento das pessoas, usar máscara e evitar sair de casa", conta. O Rio Grande do Norte também registrou, na quinta-feira 11, a inédita marca de 300 pessoas internadas em um leito crítico (UTI ou Semi-UTI). Outras 290 pacientes estão sob cuidados médicos em um leito de enfermaria.

Além disso, 18 hospitais públicos estão operando com 100% da capacidade em todo estado, segundo acompanhamento da plataforma Regula RN. A taxa de ocupação de leitos críticos no estado está em 97%, com 92 pessoas aguardando por tratamento em uma destas unidades de terapia intensiva.

Ao todo, o Rio Grande do Norte acumula 178.582 casos e 3.829 mortes causadas pela doença. Outros 832 óbitos estão sob investigação para saber se foram causados pela Covid-19, de acordo com o último boletim epidemiológico da Sesap divulgado na quinta-feira 11.

Fonte: Portal Agora RN

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