Esplanada das Mesquitas, local sagrado e sensível de Jerusalém

Por Rogerio Magno em 10/05/2021 às 15:09:32
Pessoas seguram bandeiras do Hamas na sexta (7) em frente à mesquita de Al-Aqsa, na Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém

Ammar Awad/Reuters

A Esplanada das Mesquitas, chamada de Monte do Templo pelos judeus e Santuário Nobre pelos muçulmanos, é um local extremamente sensível na Cidade Velha de Jerusalém.

Cenário dos últimos confrontos entre policiais israelenses e manifestantes palestinos, o local é considerado o mais sagrado do Judaísmo e o terceiro mais sagrado do Islã (e um barril de pólvora onde o menor incidente pode provocar distúrbios).

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A esplanada ocupa 14 hectares na parte elevada da Cidade Velha e fica na parte leste da cidade, no setor palestino que foi ocupado e anexado por Israel em 1967.

O dia em que Israel conquistou Jerusalém Oriental e a Cidade Velha, que abriga lugares sagrados muçulmanos, judeus e cristãos, é feriado nacional no país.

O "Dia de Jerusalém" é comemorada todo 10 de maio no calendário hebraico, e em 2021 ela coincide com o fim do Ramadã, o mês do jejum muçulmano.

Jerusalém Oriental é reivindicada como a futura capital da Palestina.

Palestinos rezam no complexo da mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém, na primeira sexta-feira do mês sagrado do Ramadã em maio de 2018

Ahmad Gharabli/AFP

Nobre Santuário

O local é chamado pelos muçulmanos de Al-Haram al-Sharif (Nobre Santuário) e abriga o Domo da Rocha e a mesquita Al-Aqsa (A Distante).

Maomé visitou a mesquita, segundo a tradição muçulmana. O Domo da Rocha se eleva acima do lugar, onde o profeta teria ascendido ao céu.

A esplanada é o terceiro local sagrado do islã, depois da Grande Mesquita de Meca e da Mesquita do Profeta de Medina, na Arábia Saudita.

Muçulmanos fazem orações durante vigília em frente à Cúpula da Rocha, na mesquita de Al-Aqsa, na cidade antiga de Jerusalém, em novembro de 2016, na data que lembra o momento em que os primeiros versos do Alcorão foram revelados ao profeta Maomé

Ahmad Gharabli/AFP

Monte do Templo

A construção teve início no século VII, após a tomada de Jerusalém pelo califa Omar. Ela foi construída sobre o local do templo judaico destruído pelos romanos no ano 70, que tem como único vestígio o Muro das Lamentações.

Chamada pelos judeus de Har HaBayit (Monte do Templo), a esplanada é o local mais sagrado do judaísmo. A maioria dos fiéis não comparece ao local, porque o rabinato proíbe o acesso, com medo de que pisem e profanem o lugar sagrado.

- Múltiplos confrontos -Israel afirma que não deseja modificar o "status quo" herdado do conflito de 1967. As normas tácitas autorizam os muçulmanos a subir a qualquer hora do dia e da noite à esplanada, enquanto os judeus podem entrar em horários determinados, mas sem a possibilidade de rezar.

Com frequência, porém, ultranacionalistas judeus provocam incidentes, ao rezar na esplanada depois de entrar no local como simples visitantes.

Isto cria tensões com fiéis muçulmanos, que temem que Israel modifique as normas que regulamentam o acesso à Esplanada das Mesquitas. O complexo é administrado pela Jordânia em coordenação com as autoridades palestinas.

A polícia israelense controla os visitantes não muçulmanos que entram na Esplanada das Mesquitas pelo Portal do Magreb.

O local é cenário de tensão.

Em 1996, uma decisão israelense de abrir uma nova entrada ao oeste da esplanada provocou distúrbios que deixaram 80 mortos em três dias.

Em 28 de setembro de 2000, a visita à esplanada de Ariel Sharon, então líder da oposição de direita israelense, foi considerada uma provocação pelos palestinos. No dia seguinte, os violentos confrontos entre palestinos e policiais israelenses deixaram sete mortos a tiros entre os manifestantes, deflagrando o início da segunda Intifada.

Em julho 2017, dois palestinos morreram em confrontos com as forças de segurança israelenses. Em agosto de 2019, os choques entre policiais israelenses e fiéis na Esplanada das Mesquitas deixaram dezenas de feridos, durante importantes celebrações judaica e muçulmana.

bur-mjs-dms-ot/vg/me/zm/fp/tt

Fonte: G1

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