Bashar Al-Assad é reeleito presidente da Síria com 95% dos votos; eleições foram marcadas por boicotes

Por Rogerio Magno em 27/05/2021 às 19:20:15
Presidente sírio vai ao seu 4º mandato; opositores e países inimigos do regime de Assad disseram que eleição foi ilegítima. Apoiadores de Bashar Al-Assad exibem fotos do presidente e bandeiras da Síria em ato favorável à reeleição nesta quinta (27), em Damasco

Hassan Ammar/AP Photo

O presidente da Síria, Bashar Al-Assad, está eleito para um quarto mandato com 95,1% dos votos, informaram autoridades do país nesta quinta-feira (27). Em uma eleição marcada por boicotes e vista por opositores como ilegítima, a vitória por uma larga margem não é considerada uma surpresa.

Havia apenas dois outros candidatos: Abdallah Saloum Abdallah, um ex-vice-ministro de gabinete, e Mahmoud Ahmed Marei, chefe de um partido pequeno de oposição. Juntos, eles não conseguiram nem 5% dos votos.

Assad chegou ao poder na Síria em julho de 2000, substituindo seu pai, Hafez, morto naquele ano. O presidente sírio foi um dos poucos que conseguiram se manter no poder após a Primavera Árabe, em 2011 — no entanto, aquele ano marcou o início da Guerra da Síria, com repercussões internacionais.

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Após a proclamação do resultado pelo Parlamento sírio, milhares de apoiadores de Assad se reuniram na praça Ommayyad, na capital Damasco. Manifestantes pró-governo gritavam frases de campanha como "escolhemos três: Deus, Síria e Bashar".

Entretanto, ao longo da semana, houve protestos contrários à tentativa de Assad em permanecer no poder. Veja o VÍDEO abaixo.

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A eleição ocorreu independentemente de um processo de paz liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que pediu uma votação sob supervisão internacional que ajudaria a abrir caminho para uma nova Constituição e um acordo político. Nenhum observador participou do pleito.

França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos disseram na terça-feira que a eleição não seria livre ou justa. Assad, por outro lado, tem apoio de Rússia e Irã, que são os dois países que mantém a sustentação do presidente no poder.

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Em sua defesa, Assad defendeu que a eleição era uma mostra de que a Síria "está funcionando normalmente" — apesar de um conflito de uma década que matou centenas de milhares de pessoas e expulsou de casa 11 milhões de pessoas, cerca de metade da população.

Fonte: G1

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