Com casos de Covid-19 em alta, Reino Unido adia nova etapa da reabertura para julho

Por Rogerio Magno em 14/06/2021 às 15:37:13
Aumento é atribuído à variante delta. Governo britânico espera, com o avanço da vacinação, não precisar adiar novamente as flexibilizações. Garçonete leva bebidas a clientes em área externa de bar em Londres, Reino Unido, em 12 de abril

Alastair Grant/Arquivo/AP Photo

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, confirmou nesta segunda-feira (14) que vai adiar em quatro semanas a flexibilização das medidas de combate ao coronavírus no país.

A decisão foi tomada depois de um aumento no número de casos de Covid-19 associado à variante delta, considerada mais transmissível. Saiba mais sobre essa cepa, antes conhecida como variante indiana (B1.617) no VÍDEO abaixo.

VÍDEO: O que se sabe sobre a nova variante indiana, confirmada no Brasil

Com isso, a retirada das medidas — que ocorreria na próxima semana — ficou para 19 de julho. No anúncio, o primeiro-ministro disse estar confiante que "não será necessário adiar a flexibilização para além dessa data".

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Na prática, o adiamento significa que em 19 de julho o Reino Unido deve retirar as últimas restrições que faltavam. Isso porque, com a vacinação em alta e os números da Covid-19 ainda em patamares controláveis — mesmo com o novo aumento de casos —, o país vive uma situação mais confortável que permitiu uma reabertura (leia mais adiante sobre a vacinação no Reino Unido).

Assim, as pessoas poderão continuar se encontrando em ambientes abertos. Atividades em locais fechados que não envolvam grandes aglomerações também continuam permitidas — máscaras nesses lugares são obrigatórias. A diferença é que boates e bares com atendimento interno precisarão esperar mais quatro semanas até a reabertura.

Vacinação no Reino Unido

Pessoas chegam para tomar vacina contra Covid-19 no Poet"s Corner, dentro da Abadia de Westminster, em Londres, em foto de 10 de março

Stefan Rousseau/PA via AP

Apesar do adiamento e do novo aumento nos casos de Covid-19, o Reino Unido vive situação mais confortável do que outros países europeus, sobretudo por causa da vacinação rápida. Estima-se que mas de 60% dos britânicos tenha recebido ao menos uma dose, e que quase 45% esteja com a imunização completa.

Inclusive, o número de mortes continua baixíssimo, e não apresentou a mesma tendência de aumento na comparação com os novos contágios — o que indica que, caso pessoas vacinadas tenham contraído o vírus, dificilmente desenvolverão a forma grave da doença.

Variante mais contagiosa

Reprodução em 3D do modelo do novo coronavírus (Sars-CoV-2) criada pela Visual Science. Dentro do verde mais claro, as bolinhas vermelhas representam o 'centro' do vírus, o genoma de RNA; as bolinhas verdes são proteínas 'especiais', que protegem esse material genético. Ao redor do verde, o vermelho mais fraco é a 'casca', feita de uma membrana retirada da célula hospedeira. O vermelho mais vivo são as proteínas 'matrizes' codificadas pelo vírus. As 'pontas' que saem do vírus são as 'lanças de proteínas', que o vírus usa para se conectar às células hospedeiras e infectá-las.

Reprodução/Visual Science

O ministro britânico da Saúde, Matt Hancock, disse na semana passada que a variante delta do coronavírus Sars-Cov-2, identificada pela primeira vez na Índia, é 40% mais contagiosa. Essa cepa é apontada como uma das principais responsáveis pelo surto de Covid-19 no país asiático.

As autoridades sanitárias do Reino Unido informaram também que a variante delta já domina entre as infecções registradas atualmente dentro do território britânico, segundo um rastreamento epidemiológico feito pelo governo.

Uma variante é resultado de modificações genéticas que o vírus sofre durante seu processo de replicação. Um único vírus pode ter inúmeras variantes. Quanto mais o vírus circula – é transmitido de uma pessoa para outra –, mais ele faz replicações, e maior é a probabilidade de modificações no seu material genético.

Ainda que tenha se espalhado mais rapidamente, técnicos do Ministério da Saúde do Reino Unido garantiram que as vacinas disponíveis no país fornecem proteção completa contra esta linhagem do vírus após a aplicação da 2ª dose.

Fonte: G1

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