STF reconhece profissão de optometrista: saiba a diferença para o oftalmologista

  Segundo Franklin Kerber, vice-presidente do Conselho Regional de Óptica e Optometria do Paraná (CROO/PR), a decisão baseia-se principalmente no fato de os cursos [...]

Por Rogério Magno em 13/07/2020 às 15:54:56

 

Segundo Franklin Kerber, vice-presidente do Conselho Regional de Óptica e Optometria do Paraná (CROO/PR), a decisão baseia-se principalmente no fato de os cursos superiores em Optometria no Brasil serem regulamentados pelo MEC desde 1996 e no fato da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) já reconhecerem o papel do optometrista no atendimento da saúde visual.

"O optometrista é um profissional de saúde de atenção primária. No mundo, eles atuam no atendimento básico de saúde visual, o que não é diferente no Brasil. Apesar da cultura de se procurar um oftalmonosologia para um óculos, no mundo e no Brasil isso pode ser feito por um optometrista", descreveu Franklin em entrevista à Banda B.

O vice-presidente do CROO/PR passou um pouco do contexto histórico desta profissão e da resistência que existe por parte de alguns médicos. "No Brasil por restrições na década de 30, a optometria demorou muito a se desenvolver. Aqui os primeiros cursos superiores chegaram apenas na década de 90, diferente de países europeus e do EUA. Demorou muito tempo para se conhecer este profissional e há uma resistência por parte dos médicos em aceitar o trabalho deles", explicou.

Ele ainda detalhou qual trabalho que é feito pelo optometrista. "O primeiro trabalho é se certificar se a pessoa tem saúde ocular, que pode estar ligada a saúde do olho ou doenças sistêmicas, como diabetes e hipertensão que se manifestam nos olhos", exemplificou.

Atualmente, pelo menos 100 profissionais se formam por ano nos cinco cursos de nível superior disponíveis no Brasil, número que tende a crescer a decisão do STF. "Aqui em Curitiba temos um curso superior com quatro turmas. O ponto mais importante da decisão do STF é o que pede o Congresso regulamente a profissão. Temos uma frente parlamentar pensando nisso, para que venha por uma lei federal, e este é o próximo passo", concluiu.

Estima-se que, no mundo, 314 milhões de pessoas apresentem dificuldade visual. Já no Brasil, cerca de 14,5% da população apresenta alguma deficiência e, destes, 48,1% são deficientes visuais. Ou seja, quase 12 milhões de pessoas têm comprometimento parcial ou total da visão no País. A OMS relata que 75% de toda a cegueira é tratável ou evitável e que a optometria é a primeira barreira para evitar a cegueira.

Fonte: Banda B

Tags:   Saúde
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