Se adequar ao Acordo de Paris deve gerar oito milhões de empregos

Por Rogerio Magno em 26/07/2021 às 04:38:36

Um pesquisador criou um conjunto de dados globais relacionando a geração de empregos e os esforços de 50 países para se adequar ao Acordo de Paris. Os resultados apontaram que o que será necessário para cumprir as metas de limitar o aumento da temperatura global a 2°C até 2050 têm o potencial de gerar cerca de oito milhões de empregos diretos e indiretos no setor de energia.

Atualmente, estima-se que 18 milhões de pessoas trabalham no setor de energia ao redor do mundo, de acordo com o pesquisador, esse número não deve cair nos próximos anos e, caso as metas do Acordo de Paris sejam atingidas, o número de empregos no setor deve chegar a 26 milhões em 2050, que devem ser gerados na fabricação e instalação de fontes de energia renovável.

Estudo inédito

Gráfico mostra as mudanças nos empregos do setor de energia por tecnologia de energia. Crédito: Sandeep Pai

O estudo é o primeiro baseado em um conjunto de dados abrangente em mais de 50 países, levando em conta algumas das maiores economias produtoras de combustíveis fósseis. Para chegar a essa estimativa, o pesquisador combinou esses dados com um modelo de avaliação integrado, que ajuda a comparar como o desenvolvimento humano e as escolhas da sociedade se afetam entre si.

Segundo o realizador da pesquisa, o professor do Instituto Europeu de Economia e Meio Ambiente Johannes Emmerling, do total de empregos que devem ser gerados até 2050, 84% seriam no setor de fontes renováveis de energia, 11% em combustíveis fósseis e 5% em energia nuclear. Hoje, o setor de combustíveis fósseis é o maior gerador de vagas no setor energético.

Impacto nos combustíveis fósseis

Máquina de extração de petróleo no Canadá
Atualmente, maior parte dos empregos que envolvem combustíveis fósseis são na área de extração. Crédito: Divulgação/PxFuel

No cenário atual, 80% dos empregos que lidam com combustíveis fósseis estão ligados à sua extração. Segundo Emmerling, esses empregos devem diminuir rapidamente, mas essa perda deve ser compensada por um aumento no número de vagas nas indústrias de produção de energia solar e também de energia eólica.

“Os empregos no setor de extração são mais suscetíveis à descarbonização, então é preciso haver apenas políticas de transição em vigor”, disse o colaborador do estudo e doutor em Recursos, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sandeep Pai. “À medida que mudamos para fontes de baixo carbono , é importante ter um plano em vigor para a aceitabilidade geral das políticas climáticas”.

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Agora, o objetivo de Johannes Emmerling é explorar as mudanças nos níveis de especialização, requisitos de educação e salários que podem ser alcançadas com as tentativas de cumprir as metas climáticas globais do Acordo de Paris. Além disso, ele acredita que o estudo dele pode inspirar que outros parecidos sejam realizados em diferentes partes do mundo.

Com informações do TechXplore

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Fonte: Olhar Digital

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