Regra sobre protestos nos Jogos de Tóquio não é transparente, diz grupo de atletas da Alemanha

Por Rogerio Magno em 27/07/2021 às 13:46:50
O Comitê Olímpico Internacional permite que esses atletas façam gestos nos campos de competição, desde que o façam sem perturbações e respeitando os outros competidores, e não podem fazê-lo no pódio durante a cerimônia das medalhas. Ginastas alemãs marcam posição com uniformes que cobrem todo corpo em Tóquio

Um processo introduzido às pressas para permitir que atletas protestem nas Olimpíadas de Tóquio não é transparente e pode, ao contrário, intimidá-los a destacar questões sociais com as quais se importam, afirmou um grupo de atletas de elite da Alemanha.

Dias antes do começo das Olimpíadas de Tóquio, em 23 de julho, o Comitê Olímpico Internacional (COI) relaxou a sua Regra 50, que proíbe atletas de qualquer tipo de protesto nos Jogos.

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Natacha Pisarenko/AP Photo

Agora, o COI permite que esses atletas façam gestos nos campos de competição, desde que o façam sem perturbações e respeitando os outros competidores, e não podem fazê-lo no pódio durante a cerimônia das medalhas.

Qualquer comunicado ou protesto, no entanto, exige aprovação de um grupo de trabalho que inclui, entre outros, o próprio COI e a Federação Internacional do esporte em questão.

"Permitir a liberdade de expressão no campo da competição agora parece inteiramente dependente da boa vontade do COI", afirmou Maximilian Klein, representante da Athleten Deutschland para política esportiva internacional.

Embora o processo em si possa ser positivo aos atletas, garantindo que eles não serão punidos se o pedido for aprovado, a falta de detalhes sobre potenciais sanções e a ausência de membros independentes no grupo de trabalho levanta mais questões do que fornece respostas.

Protestos em Tóquio

No domingo, a ginasta Luciana Alvarado, da Costa Rica, concluiu a prova eliminatória de solo com o punho erguido, apoiada em um joelho — gesto símbolo do movimento "Black Lives Matter".

O sinal em protesto contra o racismo nos Jogos Olímpicos de Tóquio também foi visto já na quarta-feira passada, na rodada preliminar de futebol: jogadoras de Chile, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Nova Zelândia e Suécia se ajoelharam no campo.

Protestos do tipo, então, se repetiram em outras modalidades ao logo destes primeiros dias de Jogos Olímpicos em Tóquio, como o rúgbi.

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Fonte: G1

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