Atentado nas Olimpíadas de Atlanta completa 25 anos: relembre as vezes que os jogos foram alvos de ataques

Por Rogerio Magno em 27/07/2021 às 18:18:07
Em 1996, uma explosão deixou 2 mortos e 110 feridos nos jogos dos Estados Unidos; 6 edições antes, em 1972, atletas israelenses foram feitos reféns e depois mortos por terroristas palestinos em Munique. Atentado a bomba no Centenial Park durante as Olimpíadas de Atlanta, nos EUA, em 27 de julho de 1996

Ivo Gonzalez/Agência Globo

Em todos os 125 anos da era moderna dos Jogos Olímpicos, nada foi capaz de cancelar uma edição das disputas, que sobreviveram a duas guerras mundiais e diversas tentativas de boicotes.

Nem mesmo a atual pandemia da Covid-19, que provocou o adiamento da Tóquio 2020, conseguiu acabar com o espírito olímpico, que tenta se manter ativo até mesmo nos piores momentos, como o ataque nas Olimpíadas de Atlanta, nos Estados Unidos, que completa, nesta terça-feira (27), 25 anos.

O atentado foi o segundo – e último – a ocorrer durante o evento esportivo. Uma explosão deixou 2 mortos e 110 feridos em 27 de julho 1996. Ele ocorreu a exatamente 6 edições do ataque contra a delegação israelense nos jogos de Munique, na Alemanha, em 1972.

Em 11 de setembro de 1972, terroristas palestinos invadiram a Vila Olímpica e sequestraram os atletas de Israel. A ação terminou com 11 competidores mortos. Este foi o primeiro e mais mortal ataque do tipo durante a realização dos jogos olímpicos.

Nesta reportagem você irá relembrar como se desenrolaram estes acontecimentos que marcam o luto nas disputas e preocupam organizadores até hoje.

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Explosão em Atlanta (1996)

Atentado a bomba no Centenial Park durante as Olimpíadas de Atlanta, nos EUA, em 27 de julho de 1996

Ivo Gonzalez/Agência Globo

Mesmo com um forte investimento na segurança das Olimpíadas de Atlanta, os organizadores não foram capazes de impedir a explosão de uma bomba caseira no Centennial Olympic Park.

O "Parque Olímpico do Centenário" era um espaço aberto para turistas e que abrigava uma feira de negócios e entretenimento, em celebração aos 100 anos dos jogos de verão.

Uma mulher morreu na hora, em decorrência da explosão. A segunda vítima, um cinegrafista turco, morreu após sofrer um ataque cardíaco ao correr para registrar as imagens do local.

Veja nesta reportagem do Fantástico da época os dias seguintes à explosão:

Olimpíada de Atlanta (1996)

Ao todo, 110 pessoas ficaram feridas no ataque e o parque olímpico foi fechado por alguns dias para investigações do FBI, a polícia federal americana. Os jogos não foram interrompidos, mas foi decretado luto oficial com bandeiras a meio mastro e um minuto de silêncio antes das competições.

As autoridades dos EUA investigavam como possível suspeito, inicialmente, o segurança Richard Jewell – quem primeiro viu o artefato e correu para afastar os visitantes. Hoje ele é apontado como herói por ter conseguido poupar muitas vidas.

O verdadeiro culpado, Eric Rudolph, um extremista de direita, foi descoberto apenas anos depois. Ele foi preso após realizar mais três atentados do tipo e na prisão confessou ter plantado a bomba durante os jogos olímpicos.

Atentado em Munique (1972)

O ataque à delegação israelense em Munique – então Alemanha Ocidental – é considerado o maior atentado terrorista já cometido dentro de um evento esportivo, e mudou para sempre a forma com que os jogos seriam realizados.

Quinze dias após o início dos jogos, oito membros da organização terrorista palestina conhecida como Setembro Negro invadiram o prédio da delegação de Israel e fizeram 11 atletas reféns. Eles exigiam a libertação de 250 presos palestinos, mas o governo israelense se recusou a atender à reivindicação.

Terroristas é visto na varanda da Vila Olímpica nas Olimpíadas de Munique, em 11 de setembro de 1972

Reprodução/TV Globo

Após um dia de negociações, três helicópteros decolaram da Vila Olímpica em direção ao aeroporto de Fuerstenfeldbruck, onde estava um avião que levaria os palestinos e os reféns para a Tunísia.

Após a aterrissagem, atiradores de elite do exército alemão começaram um tiroteio contra os sequestradores, que revidaram – uma explosão foi ouvida em um dos helicópteros e todos os atletas reféns morreram.

Veja uma reportagem do Jornal Nacional na época do atentado:

Olimpíada de Munique (1972)

As competições foram suspensas por um dia, por conta do atentado, e depois foram retomadas. O ataque representou uma mudança nos protocolos olímpicos que passou a exigir mais segurança para os atletas.

A partir da edição seguinte, nas Olimpíadas de Montreal 1976, no Canadá, a Vila Olímpica passou a ter acesso restrito a atletas e delegação, antes, jornalistas, por exemplo, podiam frequentar o espaço.

Segurança em Tóquio

Mesmo com a proibição de torcedores nesta edição das Olimpíadas de Tóquio, a organização dos jogos mantém protocolos duros de segurança.

No início de julho, a Guarda Costeira japonesa realizou uma simulação de ataque terrorista para treinar a resposta do país a este tipo de situação.

Pessoas passam em frente aos anéis olímpicos em Tóquio, no Japão, no domingo (25)

Eugene Hoshiko/AP Photo

Na ocasião, o porta-voz da autoridade marítima, Sasaki Wataru, disse em entrevista à emissora estatal NHK que os riscos eram os mesmos, com ou sem torcedores.

Além disto, a edição deste ano tem protocolos rígidos de deslocamento, por conta da Covid-19, para que atletas e membros das delegações não "furem" a bolha olímpica.

Fonte: G1

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