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'Eu posso morrer', diz tenista russo sobre calor em Tóquio durante as Olimpíadas


Especialistas já alertavam sobre as altas temperaturas na capital do Japão nesta época do ano. Entenda o que faz Tóquio ter um verão tão quente e como isso vem afetando os Jogos Olímpicos. Daniil Medvedev, atleta russo, pausa durante partida de tênis dos Jogos Olímpicos de Tóquio ocorrida sob forte calor nesta quarta (28)

Patrick Semansky/AP Photo

O tenista Daniil Medvedev, que compete pelo Comitê Olímpico da Rússia, reclamou do forte calor que fazia em Tóquio nesta quarta-feira (28) durante uma partida de tênis válida pelos Jogos Olímpicos.

Durante o jogo, o árbitro Carlos Ramos percebeu que Medvedev não estava bem e perguntou se o atleta queria continuar a partida contra o italiano Fabio Fognini. Fazia 31°C na capital do Japão, mas a sensação térmica era de 37°C.

"Eu posso terminar o jogo, mas posso morrer. Se eu morrer, você se responsabiliza?", ironizou o tenista russo, segundo a Associated Press.

Medvedev continuou o jogo e, no fim, acabou vencendo o italiano por 2 sets a 1. Mas as questões sobre o calor em Tóquio — uma edição dos Jogos Olímpicos já marcada pelas condições climáticas muitas vezes adversas — ainda geram questões.

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Pessoas passam em frente aos anéis olímpicos em Tóquio, no Japão, no domingo (25)

Eugene Hoshiko/AP Photo

Porque a cidade tem um fenômeno chamado ilha de calor, que se repete em várias cidades grandes do mundo — com o agravante da alta umidade no ar nesta época do ano no Japão.

Essa ilha de calor se forma a partir da pouca cobertura vegetal na capital japonesa. Tóquio é uma selva de pedras, e em muitos locais pouco arborizada. Os raios de sol acabam refletindo no concreto e nos vidros dos edifícios e concentram o calor na cidade.

Imagem noturna dos arredores do Estádio Olímpico de Tóquio, no Japão, nesta sexta (16), uma semana antes da abertura das Olimpíadas

Charly Triballeau/AFP

Há anos, especialistas aconselharam os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio a colocar as datas do evento no outono, mais ameno. A edição de 1964 do evento, também na capital japonesa, ocorreu em outubro.

Com o adiamento por causa da pandemia, a sugestão de colocar as competições não no verão, mas na primavera e no outono, voltou. Porém, os organizadores mantiveram as datas entre julho e agosto de 2021.

Calor interferiu na programação

Triatlo foi disputado no início da manhã em Tóquio por causa do forte calor

REUTERS/Hannah Mckay

Decididos a levar adiante as Olimpíadas no período do verão japonês, os organizadores decidiram mexer em algumas provas para evitar problemas aos atletas.

Competições como o triatlo, por exemplo, foram marcadas para as 6h30 (horário local) para que a prova ocorresse em um momento mais ameno.

O que gerou mais dificuldade foi a marcação das provas de rua do atletismo. Em 2019, o forte calor foi um empecilho para os atletas no Mundial da modalidade no Catar — país com temperaturas extremas no verão, mesmo durante a noite.

No início, a ideia era que a maratona e as marchas atléticas ocorressem na madrugada de Tóquio. No entanto, pressionado por atletas, o comitê organizador topou levar as provas para Sapporo — a 800 km da capital japonesa.

A cidade, ao norte, tem temperaturas amenas, mas mesmo assim está sujeita a ondas de calor — como um recorde atingido uma semana antes da abertura. Por isso, as maratonas e as competições de marcha atlética ocorrerão no início da manhã japonesa, em alguns casos com largada às 5h30 (horário do Japão).

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G1

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