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Atos contra passaporte sanitário reúnem milhares de pessoas na França


Documento terá de ser apresentado pelos residentes na França para entrar em locais fechados, como bares e restaurantes. Passaporte sanitário entra em vigor na próxima segunda-feira. Franceses criticam exigência de documento por 'morte das liberdades individuais'. Protesto em Paris, capital da França, reúne manifestantes contra passaporte sanitário

STEPHANE DE SAKUTIN / AFP

Manifestantes saíram às ruas de mais de 150 cidades francesas neste sábado (7) para protestar contra o passaporte sanitário. É o quarto fim de semana consecutivo com os protestos. Os participantes querem que o governo recue na aplicação da medida que virou lei na semana passada.

Apesar da resistência de parte da população ao passaporte sanitário, ele entrará definitivamente em vigor na próxima segunda-feira (9). O documento será exigido para o acesso aos espaços fechados de bares e restaurantes, salas de espetáculos, eventos com grandes aglomerações e para o acompanhamento de pacientes a qualquer hospital ou centro de saúde.

Além disso, o mecanismo continuará sendo obrigatório para embarcar em aviões, trens e ônibus que fazem trajetos de longa distância.

"Não à ditadura sanitária!", "Passaporte sanitário: morte das liberdades individuais!", "A nova onda somos nós: contra o passaporte sanitário!", gritaram os manifestantes nas principais cidades francesas, a maioria deles sem máscara, neste sábado. Em todo o país, a mobilização reuniu 237 mil pessoas, segundo balanço divulgado pelo Ministério do Interior da França.

31 de julho: Em Paris, manifestantes fazem protesto contra passe que atesta a vacinação

Em Paris, cerca de 17 mil pessoas participaram de quatro marchas que saíram de diferentes pontos da capital. As pessoas entoaram slogans contra o governo e presidente francês, Emmanuel Macron. Uma das passeatas foi convocada por Florian Philippot, líder do partido de extrema direita Patriotas, que fez um apelo pela "renúncia integral" de todo o Executivo.

Manifestações ocorreram em diversas cidades da França, inclusive em Paris, capital do país

STEPHANE DE SAKUTIN / AFP

Nesta quarta rodada de mobilizações, os participantes dos protestos contestam principalmente a aprovação do projeto de lei pelo Conselho Constitucional francês, na quinta-feira passada (5), que oficializou o passaporte sanitário como um dos principais mecanismos na luta contra a Covid-19 na França. A obrigatoriedade da vacina aos profissionais de saúde e aos trabalhadores que têm contato direto com populações mais frágeis, como os bombeiros, também incomoda os manifestantes.

O perfil dos integrantes do movimento é variado. Os atos reúnem simpatizantes da extrema direita e da extrema esquerda, cidadãos que se posicionam contra a imposição do passaporte sanitário, mas também antivacinas, além de integrantes dos coletes amarelos.

"Estou completamente vacinado já faz um mês. Não é a vacinação o problema, mas a privação das liberdades. Acho que podemos convencer o governo a fazer meia-volta. Seremos cada vez mais numerosos a partir de setembro, quando as pessoas voltarem das férias de verão. Acredito que o movimento vai engrossar quando tivermos as consequências concretas desta lei que nos priva de nossas liberdades, deste controle permanente em relação à crise sanitária", afirmou um participante da mobilização de Paris, que não quis se identificar, à RFI.

47 mil manifestantes no sul

A região que mais conseguiu reunir manifestantes é o sul da França. No total, 47 mil pessoas saíram às ruas em Provença-Côte d'Azur, especialmente nas cidades de Toulon (19 mil), Nice (10 mil) e Marselha (ao menos 6 mil). Na região da Bretanha, noroeste da França, o movimento conseguiu reunir 14.745 manifestantes, 3 mil a mais que no último sábado (31).

Em Toulon, o fisioterapeuta Olivier Lacombe, de 37 anos, disse à AFP que não compreende a necessidade da imposição da vacinação aos profissionais de saúde, alegando que "a doença atinge principalmente as pessoas idosas ou vulneráveis". "A vacina tem que ser uma ferramenta entre outras. É preciso deixar que as pessoas sejam livres para escolher", diz.

Em Marselha, o tom do discurso dos manifestantes foi mais austero. "Não estou vacinada e não quero me vacinar. Se querem me obrigar a fazê-lo, e podem até dizer que eu vou perder meu trabalho, mas continuarei firme", explicou a secretária de direção do setor social Céline Polo, à AFP. "Não posso aceitar que pessoas que não conhecem a minha saúde decidam por mim", reiterou.

Apelo para a vacinação

Os protestos ocorrem um dia depois de Macron ter feito um novo apelo para que a população se vacine. O presidente investe na comunicação pelas redes sociais para tentar convencer os cidadãos a se imunizarem. Em toda a França, 54,6% da população estão completamente vacinados e pouco mais de 65% receberam ao menos uma dose do imunizante.

A França enfrenta atualmente a quarta onda da Covid-19 e registra um aumento das contaminações e hospitalizações devido à rápida propagação da variante Delta. Dados divulgados na sexta-feira passada (6) apontam que, em um período 24 horas, 862 pessoas deram entrada em hospitais franceses e 60 morreram. Quase 90% dos pacientes nas UTIs do país não estão vacinados.

G1

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