Jogadora de vôlei do Afeganistão morre decapitada por não seguir regras do Talibã, diz jornal

Por Rogerio Magno em 21/10/2021 às 18:47:48
Mahjabin Hakimi jogava na equipe juvenil do país. De acordo com o jornal 'Independent', só duas atletas da modalidade conseguiram escapar do território afegão. No círculo, está a imagem da jogadora de vôlei Mahjabin Hakimi, executada pelo Talibã no Afeganistão segundo o 'Persian Independent'

Reprodução/Twitter

O regime do Talibã no Afeganistão decapitou a jogadora de vôlei Mahjabin Hakimi porque ela se negou a seguir as regras do grupo extremista islâmico, informou nesta quinta-feira (21) o jornal "Persian Independent".

A morte ocorreu no começo deste mês, mas só foi revelada após uma entrevista de um dos técnicos da atleta, que jogava pela seleção júnior de vôlei feminino do Afeganistão e por um dos principais times da capital, Cabul. Segundo o treinador, a família foi ameaçada por integrantes do Talibã.

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Ainda de acordo com o "Independent", somente duas atletas conseguiram escapar do regime Talibã. Outras estão escondidas em outras partes do país.

Ao site especializado em esportes insidethegames, a Federação Internacional de Voleibol (FIVB) disse que pediu "esclarecimento urgente" da situação das atletas da modalidade no Afeganistão, mas que vai manter o caso fora dos holofotes para preservar a integridade das jogadoras.

Em agosto, as atletas da seleção afegã de futebol feminino e seus familiares deixaram o Afeganistão com apoio do governo da Austrália. Assim como as atletas do vôlei, algumas delas relataram viver escondidas com medo de represálias por conta de sua atividade profissional.

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As mulheres ficam proibidas de praticar esportes no Afeganistão, afirmou em agosto um dos líderes culturais do Talibã, Ahmadullah Wasiq, em uma entrevista a uma rede de TV da Austrália, a SBS.

Segundo Wasiq, esporte feminino é algo inapropriado e desnecessário. Ele falou especificamente sobre o críquete, que é muito praticado naquela região da Ásia.

"Eu não acho que não será permitido às mulheres jogar críquete, porque não é necessário que as mulheres joguem críquete. No críquete, elas podem estar em situações em que o rosto e o corpo delas não estejam cobertos, e o Islã não permite que elas sejam vistas dessa forma", afirmou ele.

“Essa é a era da mídia, haverá fotos e vídeos [de mulheres praticando esportes], e as pessoas poderão assistir. O Islã e o Emirado Islâmico (a forma como o Talibã se refere ao próprio regime) não permitem que as mulheres joguem críquete ou os esportes em que elas ficam expostas”, afirmou ele, segundo o jornal “The Guardian”.

Fonte: G1

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