Tomar AAS pode piorar infecções urinárias, aponta estudo

Por Rogerio Magno em 18/11/2021 às 19:04:02

O Ácido acetilsalicílico (AAS), conhecido mundialmente pelo nome comercial dado pela farmacêutica Bayer: Aspirina, é um dos medicamentos mais usados no mundo para tratamento de dor, febre e inflamações. Porém, um uso, digamos, menos comum do medicamento é a prevenção de coágulos sanguíneos.

Porém, uma nova pesquisa comandada por cientistas do Centenary Institute, em Sydney, na Austrália, mostrou que medicamentos à base de AAS podem tornar infecções urinárias mais graves. Esse tipo de infecção está entre os mais comuns do mundo e, no geral, não são muito preocupantes.

Porém, em alguns casos raros, podem progredir para uma condição chamada septicemia, também conhecida como sepse. Nesses casos, o corpo responde de forma “exagerada” a infecções virais, fúngicas ou bacterianas, o que pode levar a internações e, em alguns casos, à morte.

Pesquisas com peixe-zebra

Peixe-zebra na mão de um pesquisador
Peixe-zebra é comumente usado em estudos sobre os efeitos de medicamentos. Crédito: Ffish.asia/CC BY 4.0

Em pessoas mais velhas, problemas de coagulação são mais comuns. Para prevenir esses problemas, é normal que o AAS seja receitado. Porém, a nova pesquisa mostra que o risco de desenvolvimento de infecções urinárias pode ser maior do que condições que requerem tratamento anticoagulante.

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Pesquisas realizadas com um peixe-zebra mostraram que o AAS aumentou bastante a gravidade das infecções urinárias. Este peixe é comumente usado em estudos por compartilhar pelo menos 70% dos genes que os seres humanos possuem.

Além disso, 84% dos genes humanos associados às doenças têm uma contraparte no peixe-zebra. Por conta disso, esse peixe se torna perfeito para estudos sobre efeitos de medicamentos. Usando esse modelo, eles descobriram que o AAS facilita a sepse para algumas infecções urinárias.

AAS piorou infecções

Entre essas infecções, está a da bactéria Escherichia coli uropatogênica (Upec), que é uma bactéria que infecta primeiro o sistema urinário. Usando o peixe-zebra, os pesquisadores conseguiram modelar a evolução da Upec para a fase de sepse.

Segundo os médicos, os medicamentos à base de AAS reduziram a sobrevivência do peixe-zebra, além de facilitar o aumento da carga bacteriana das Upec. Para os pesquisadores, isso aconteceu porque o AAS evitou a coagulação natural, o que teria ajudado a conter as bactérias no sangue.

Via: Medical Xpress

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Fonte: Olhar Digital

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