O jornal conseguiu documentos que o advogado do grupo conservador havia escrito. O juiz considerou que se trata de quebra do sigilo entre advogado e cliente. Prédio do New York Times em Nova York
Shannon Stapleton/Reuters
Um juiz dos Estados Unidos impediu, na quinta-feira (19), que o jornal "The New York Times" publique alguns materiais relativos ao grupo ativista conservador Projeto Veritas.
A decisão é provisória. O juiz Charles Wood, da Suprema Corte do condado de Westchester,, que determinou a proibição, agendou uma audiência para a próxima terça-feira em que vai tomar uma segunda decisão.
De acordo com o jornal, a medida vai contra as proteções da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, e é uma medida rara.
O jornal obteve memorandos redigidos por um advogado do Projeto Veritas. O juiz Wood entendeu que o jornal deveria retirar, do texto, referências a informações privilegiadas entre advogado e cliente de um artigo de 11 de novembro sobre as práticas jornalísticas do Projeto Veritas.
"Este veredicto é inconstitucional e estabelece um precedente perigoso", disse Dean Baquet, editor-executivo do NYT, em um comunicado por email.
"Quando um tribunal silencia o jornalismo, falha com seus cidadãos e mina seu direito de se informar", acrescentou.
"A Suprema Corte deixou isto claro no caso dos Pentagon Papers, um veredicto histórico contra restrições prévias que impedem a publicação de jornalismo digno de notícias. Este princípio se aplica claramente aqui. Estamos buscando uma revisão imediata desta decisão", afirmou.
Advogados do Projeto Veritas pediram que Wood interviesse depois que "referências a, descrições de, e citações literais" de memorandos de seu advogado Benjamin Barr foram publicadas no NYT.
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