Marcha pela Pátria chega a La Paz para expressar apoio ao governo de Luis Arce

Por Rogerio Magno em 29/11/2021 às 13:40:05

De acordo com o ministro de Economia, Marcelo Montenegro, a cada dia de paralisação a Bolívia sofreu um prejuízo de cerca de US$ 112 milhões (cerca de R$ 616 milhões) pelos bloqueios de vias. Já o ministro de Saúde e Esporte, Jeyson Auza, denunciou que as barricadas levantadas pelos manifestantes de partidos direita impediram a travessia de brigadas para vacinação contra a covid-19 no estado de Santa Cruz, fronteiriço com o Brasil.

Também nesta segunda-feira (29), o governador do estado Santa Cruz e um dos protagonistas do golpe de Estado de 2019, Luis Fernando Camacho, iniciou uma campanha em defesa da federalização da Bolívia, afirmando que o país atravessa uma "forte crise econômica e social".

Desde 2008, com a realização do processo constituinte boliviano, o país se considera um Estado Plurinacional, reconhecendo as 36 nacionalidades indígenas que compõem a Bolívia, governados por um governo central, presidencialista.

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Mesmo com chuva, caminata percorreu quase 200 km do interior da Bolívia até a capital La Paz / ABI

Histórico de luta

Não é a primeira vez que os movimentos populares da Bolívia organizam caminhadas para denunciar uma tentativa de golpe de Estado. Nos anos 1970, as federações camponesas e indígenas realizaram greves nacionais contra o golpe que instaurou o regime militar de Hugo Banzer.

Já em 2003, a Guerra do Gás impediu a privatização das reservas de gás bolivianas e foi considerada um ponto de partida para a consolidação do Movimento ao Socialismo - Instrumento Político para a Soberania dos Povos, como uma plataforma de unidade do campo progressista e popular boliviano. Com uma marcha de El Alto até La Paz os movimentos sociais conquistaram a renúncia do então presidente Gonzalo Sánchez de Lozada.

E, mais recentemente, foi a mobilização popular que garantiu a realização de novas eleições gerais em outubro de 2020. Após o golpe de Estado, o poder eleitoral, controlado por opositores, adiou em três ocasiões o início do processo eleitoral. Somente depois de uma paralisação que bloqueou 75 estradas em todo o país, a presidenta interina Jeanine Áñez assinou uma lei se comprometendo em não adiar a eleição presidencial, que acabou acontecendo no dia 18 de outubro de 2020.

* Com informação de ABI, Prensa Latina, Telesur e La Razón

Fonte: Brasil de Fato

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