Primeira mulher a integrar o tribunal de apelações da Suprema Corte, ela se tornou, em 2018, a representante oficial da rainha na ilha, sob o cargo de governadora-geral. Sandra Mason, presidente de Barbados, durante a possa – que marcou o início da República no país em foto de 29 de novembro de 2021
Toby Melville/Reuters
Barbados se tornou oficialmente uma república na segunda-feira (29) à noite, já madrugada de terça (30) no Brasil, em uma cerimônia que retirou o status de chefe de Estado da rainha Elizabeth II.
Em outubro, o território de quase 290 mil habitantes elegeu, pela primeira vez na história, uma presidente que substituirá a rainha Elizabeth II como chefe de Estado.
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Na ocasião, o parlamento de Barbados elegeu, de forma indireta, Sandra Mason, de 72 anos, como presidente – que tomou posse nesta terça-feira.
Primeira mulher a integrar o tribunal de apelações da Suprema Corte, ela se tornou, em 2018, a representante oficial da rainha na ilha, sob o cargo de governadora-geral.
Sandra Mason conversa com a rainha Elizabeth II em foto de 20 de março de 2018
Família Real Britânica
Ela começou sua carreira como professora, secretária e então advogada, até finalmente se tornar a representante oficial da rainha na ilha.
Como presidente, Mason terá o cargo mais alto do país, e seus poderes não estarão mais nas mãos da monarca britânica.
Suas funções, porém, serão em grande parte cerimoniais, na maioria dos casos exigindo a assinatura conjunta da primeira-ministra, Mia Mottley.
'Divórcio' com a Coroa
Com a eleição de uma presidente, Elizabeth II perdeu sua soberania sobre Barbados. O "divórcio" com a Coroa britânica foi anunciado em setembro de 2020 pela própria governadora-geral.
"Após obter a independência há mais de meio século, nosso país não pode duvidar de sua capacidade para se autogovernar", disse Mason em um discurso na capital Bridgetown.
A ilha, que agora se afasta da Coroa, continua sendo membro da organização Commonwealth, grupo de nações que integram a chamada Comunidade Britânica.
Passado colonial
Em um discurso do ano passado, a então governadora-geral da ilha, Sandra Mason, confirmou a intenção de Barbados "deixar o passado colonial completamente para trás".
"Esta é a declaração máxima de confiança em quem somos e no que somos capazes de conseguir", afirmou Mason na ocasião.
A separação já era um pedido constante da sociedade deste território caribenho, que via na presença da monarca "associações imperialistas".
Mais de meio século após conquistar a independência do Reino Unido, os habitantes de Barbados elegeram uma chefe de Estado local.