G1
Ex-presidente americano é vaiado por partidários ao admitir que tomou a dose de reforço, questionada e criticada anteriormente por ele. Montagem de fotos de Biden e TrumpKevin Lamarque e Carlos Barria/ReutersEm uma rara admissão de que converge em algo com seu antecessor, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez novo apelo aos americanos para que tomem a dose de reforço contra a Covid-19, também defendida no domingo (19) por Donald Trump, ainda que sob vaias de partidários."Junte-se a nós", conclamou Biden, como se, por um instante, fosse possível estar lado a lado de um ex-presidente que o acusa de ter roubado a eleição.VEJA TAMBÉM:Trump é vaiado em comício ao defender vacinação contra Covid; veja vídeoBiden anuncia ampliação da vacinação e compra de meio bilhão de testes em meio ao avanço da ômicronBiden apresenta Commander, o novo cachorro da Casa Branca; veja fotoVÍDEO: Trump é vaiado em comício no Alabama ao defender vacinação contra Covid-19A diferença é que, para não contrariar sua base radical, ainda resistente à vacinação, Trump não se deixou fotografar ao receber as três doses. Sempre que se engajou na campanha foi para ressaltar os esforços de seu governo na produção do imunizante.A vacina foi desenvolvida enquanto ele estava no cargo e sua produção, agilizada pela Operação Warp Speed. "Acho que salvei milhões e milhões de vidas em todo o mundo", atestou, em um autoelogio, em setembro passado a uma rádio conservadora.Ou seja, Trump defende a vacina, mas não se envolve na campanha para minar a atuação dos céticos que disseminam teorias de conspiração. Ele próprio se mostrou reticente em setembro passado em relação à dose de reforço. "Sinto que estou em boa forma, não sei se vou tomá-la."Ao lado de Bill O"Reilly, o polêmico ex-comentarista da Fox News, Trump admitiu, no domingo passado em Dallas, que recebeu a terceira dose, embora anteriormente a tenha creditado ao lobby de farmacêuticas.Apenas 30% dos americanos tomaram o reforço contra a Covid-19. O mesmo índice da população nem sequer recebeu a primeira dose, integrando o que Biden chama de "pandemia dos não vacinados".Até agora, Trump e Biden disputavam o legado da vacinação nos EUA. Nesta terça-feira, o presidente, enfim, deu crédito ao anterior: "Graças ao governo anterior e à nossa comunidade científica, os EUA foram um dos primeiros a obter a vacina. Graças ao meu governo e ao trabalho árduo dos americanos, conseguimos liderar a vacinação."Quando divide louros com seu antecessor, o presidente americano põe também em xeque a credibilidade de Trump junto aos simpatizantes – os mesmos que o vaiaram por ter recebido a terceira dose. Os republicanos estão entre os mais reticentes à vacinação. E ouvir que o ex-presidente foi vacinado não parece encorajá-los ou, mesmo, fazê-los mudar de opinião.VÍDEOS: as últimas notícias internacionais