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Governo francês declara estado de emergência sanitária na Guiana Francesa, na fronteira com Brasil


Avanço da ômicron motivou medida que atingiu outros territórios do país fora da Europa. Amapá ainda não tem casos confirmados da nova variante do coronavírus. Ponte Binacional que liga a fronteira entre Brasil e Guiana Francesa

Divulgação/Préfecture de la Guyane

O governo francês decretou estado de emergência sanitária em vários de seus territórios ultramarinos em razão da aceleração da pandemia de Covid-19 alavancada pela variante ômicron. A Guiana Francesa, na fronteira com o Brasil, faz parte das regiões atingidas, assim como Saint Barthélemy, Guadalupe e Saint-Martin, no mar do Caribe, além de Maiote, no Oceano Índico. A decisão é de quarta-feira (5).

“Diante da capacidade hospitalar desses territórios e dos baixos índices de vacinação da população, a atual onda epidêmica da Covid-19 representa uma catástrofe sanitária que coloca em risco a saúde da população”, resume o decreto apresentado no Conselho dos Ministros, em Paris. Com a medida, as autoridades locais podem impor um regime de lockdown ou outros dispositivos, como o toque de recolher, para manter a população em suas casas e evitar aglomerações.

O governo tem constatado um “aumento considerável” de casos fora da França metropolitana. Além dos territórios anunciados nesta quarta-feira, o estado de emergência sanitária já havia sido declarado em 27 de dezembro na ilha da Reunião, no Índico, e na Martinica, no Caribe.

As autoridades alertam principalmente para os baixos níveis de vacinação registrados nessas regiões, onde ainda existe muita resistência à imunização. Apenas cerca de 40% da população dos territórios ultramarinos franceses, em média, recebeu a primeira dose da vacina anticovid.

Barcos na orla de Oiapoque e ao fundo a Ponte Binacional que liga Brasil e Guiana Francesa

Maksuel Martins/GEA

Saturação dos hospitais

O caso da Guiana Francesa, separada do Brasil pelo Rio Oiapoque, no norte do Amapá, é um exemplo citado frequentemente pelas autoridades. O território tem cerca de um terço de sua população vacinada.

“Com esse nível de imunização, os riscos de desenvolvimento de formas graves da doença aumentam e podem levar rapidamente a uma saturação das estruturas hospitalares”, alerta o decreto.

E governo lembra que a situação já é preocupante na Guiana Francesa, onde “o índice de ocupação dos leitos em serviços de reanimação já é superior a 190% da capacidade inicial”.

Como na França metropolitana, a vacinação não é obrigatória na Guiana. Mas o passaporte sanitário, documento que prova que seu portador foi vacinado ou fez um teste com resultado negativo recentemente, é exigido para ter acesso a bares, restaurantes e atividades esportivas e culturais.

No entanto, a regra nem sempre é aplicada e o uso de máscaras de proteção nem sempre é respeitado, o que potencializa a circulação do vírus, principalmente diante da capacidade de contágio da variante ômicron, que já está presente na região.

A facilidade de entrada e saída do território, em razão das fronteiras difíceis de controlar tanto do lado do Suriname, ao oeste, como do lado brasileiro, ao sul, tornam a contenção dos casos ainda mais complexa.

Na cidade guianense de Saint Georges, a apenas alguns minutos de barco de Vila Vitória e de Oiapoque, do lado brasileiro, a travessia é intensa e praticamente nenhum controle é feito.

A ponte que liga as duas margens ficou fechada durante meses, mas o tráfego de barcos improvisados continuou sendo tolerado, já que muitas pessoas trabalham ou estudam dos dois lados da fronteira. O Amapá não tem casos confirmados, nem suspeitos da ômicron.

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