Na Alemanha, pessoas vacinadas com dose de reforço estão liberadas de quarentena mesmo após contato com infectado

Por Rogerio Magno em 07/01/2022 às 14:39:17
Crianças poderão retornar à escola da quarentena se testarem negativo para o coronavírus após cinco dias. Ovelhas formam seringa gigante para promover a vacinação contra a Covid na Alemanha

A Alemanha vai dispensar a exigência de quarentena às pessoas que receberam uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19 após o contato com uma pessoa infectada com o vírus, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, nesta sexta-feira (7).

Aqueles que não tomaram a dose de reforço podem sair da quarentena após sete dias sob as novas regras acordadas por Scholz e líderes regionais alemãos nesta sexta-feira, disse o chanceler.

Além disso, crianças poderão retornar à escola da quarentena se testarem negativo para o coronavírus após cinco dias, acrescentou Scholz em coletiva de imprensa.

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Centro de vacinação em Berlim, na Alemanha, em 17 de novembro de 2021

Annegret Hilse/Reuters

Vacinação obrigatória

Na Alemanha, 71,6% da população possui um esquema de vacinação completo.

No ano passado, o país chegou a anunciar que tornaria a vacinação obrigatória. Desde então, no entanto, as críticas e as dúvidas se multiplicaram.

O primeiro debate parlamentar agendado para a próxima semana foi adiado para o final de janeiro, há poucas propostas concretas e nenhuma proposta de lei para tornar a vacinação obrigatória foi escrita.

O grupo parlamentar do Partido Social-Democrata (SPD), de Scholz, não espera que esse processo legislativo termine antes do final de março.

A vacinação obrigatória nem mesmo é mencionada no anteprojeto que serve de base para a reunião entre o governo e as regiões para coordenar o combate ao coronavírus e, principalmente, ao surgimento da variante ômicron.

Criança é vacinada contra Covid-19 em Leipzig, Alemanha, em 10 de dezembro de 2021

Matthias Rietschel/Reuters

Cadastro de vacinação centralizado

Outro obstáculo é o lançamento de um cadastro de vacinação centralizado pelo governo, uma questão delicada em um país que continua traumatizado pela vigilância em massa implementada pelas autoridades, primeiro durante o nazismo e, depois, na Alemanha Oriental.

Esta questão é tema de divisão na nova coalizão de governo - formada pelo SPD, ambientalistas e o partido liberal (FDP). Esse último tem reservas quanto à vacinação obrigatória.

"A proteção da saúde é um bem precioso, mas o bem mais precioso de nossa Constituição é, e continuará a ser, a liberdade", disse Christian Lindner, ministro das Finanças, um membro do FDP.

Para ele, a evolução da pandemia nas últimas semanas, que está globalmente controlada na Alemanha, onde os novos casos diários chegam a 55 mil, mostra que é preciso "agir com moderação".

O FDP prefere esperar para ver como a epidemia evolui com a variante ômicron. "Se entre fevereiro e março os índices mostrarem que a vacinação obrigatória implica um claro aumento da liberdade de circulação para todos nós, então vamos defender essa solução", disse o ministro da Justiça, o político liberal Marco Buschmann.

"Se, em vez disso, a vacinação ajudar por dois ou três meses, mas tudo continuar como antes, seria um argumento contra a vacinação obrigatória", acrescentou.

Os legisladores liberais anunciaram que preparam uma contraproposta que descartaria o recurso à obrigatoriedade. No entanto, a partir de março, a vacina será obrigatória para profissionais da saúde.

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Fonte: G1

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