Ômicron desafia estratégia de 'Covid zero' da China

Por Rogerio Magno em 17/01/2022 às 07:40:59
Pequim registrou no sábado o 1º caso de transmissão local da nova variante, a poucas semanas do início dos Jogos Olímpicos de Inverno. Policiais usando roupas de proteção contra Covid-19 inspecionam as informações de saúde de pessoas na Estação Ferroviária de Nanjing, na província de Jiangsu, em 17 de janeiro de 2022 na China

China Daily via Reuters

A variante ômicron do novo coronavírus, mais contagiosa, avança pelo mundo e não poupa a China, onde quase todos os dias são anunciados novos fechamentos em alguma metrópole do país, na tentativa de manter a pandemia sob controle.

A nova onda de contaminações desafia a estratégia chinesa de "Covid zero", aplicada até o momento: assim que poucos casos são confirmados, um lockdown é aplicado local e temporariamente e milhões de pessoas são testadas para que se encontre possíveis infectados.

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A última cidade a entrar em confinamento foi Zhuhai, no sul do país, próxima a Macau. Autoridades anunciaram na sexta-feira à noite (14) que detectaram uma pessoa com sintomas leves de Covid-19 (e outras seis assintomáticas) durante uma triagem em massa na população, feita após o surgimento de um caso em um município vizinho.

Milhões de moradores de várias cidades foram confinados em suas casas, vários voos domésticos foram cancelados e algumas fábricas fecharam. O governo de Zhuhai pediu aos seus 2,4 milhões de habitantes que não deixem a cidade, "a menos que seja necessário". Aqueles que precisarem se deslocar deverão apresentar um teste negativo feito nas últimas 24 horas.

No sábado (15), a capital Pequim confirmou o primeiro caso de transmissão local da variante ômicron — anúncio que preocupa autoridades a poucas semanas da realização dos Jogos Olímpicos de Inverno, marcados para 4 de fevereiro na cidade.

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Mulher usando máscara para se proteger da Covid-19 passa relógio com contagem regressiva para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que serão realizados em Pequim, capital da China, em foto de 15 de janeiro de 2022

Mark Schiefelbein/AP

Na manhã do mesmo dia, Xangai confirmou que cinco casos registrados na quinta-feira (13) eram da variante. Imediatamente, a vida dos habitantes se tornou mais difícil: bairros inteiros foram confinados, as escolas foram fechadas e o acesso a certas cidades, como Pequim, ficou quase impossível.

Xi"an, Tianjin, Anyang, Dalian, Hangzhu, Canton: a lista de lugares atingidos só aumenta, mas o governo chinês permanece rígido na sua decisão de testar a população em massa e confinar milhares ou milhões de pessoas até a ameaça se dissipar.

E, com a ômicron, essa estratégia de "Covid zero" é posta à prova. Cerca de 86% da população chinesa está vacinada contra a Covid-19, mas os primeiros estudos indicam que a eficácia das vacinas para evitar casos sintomáticos é limitada pela nova variante.

Mesmo assim, autoridades chinesas mantêm o plano de "Covid zero" com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, pois abandonar o lockdown a essa altura significaria inundar os hospitais com infectados pelo coronavírus.

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A explosão no número de infecções e a tensão hospitalar causada pela ômicron nos países ocidentais são dados como exemplo para justificar a manutenção da estratégia chinesa – também e exaltar o sucesso da gestão da pandemia pelo Partido Comunista.

A Chinaé o país mais populoso do mundo, com mais de 1,4 bilhão de habitantes, e o governo chinês diz ter registrado apenas 105 mil casos de Covid-19 e 4.636 mortes no país desde o início da pandemia, mas esses números não podem ser confirmados de forma independente.

Em todo o mundo, são 328 milhões de casos confirmados e 5,5 milhões de óbitos desde o começo de 2020.

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Fonte: G1

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