Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Politica

Henrique descarta troca de partido para eleição: "Não estou MDB. Eu sou MDB"


O ex-ministro e ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves disse que ainda está analisando a possibilidade de candidatura para retornar à Câmara dos Deputados. Porém, se decidir pela tentativa de chegar ao 12º mandato no Legislativo Federal, será candidato pelo MDB. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News Natal, 93,FM, o ex-deputado garantiu que não há possibilidade de deixar a legenda. "Eu não estou no MDB. Eu sou MDB".

Durante a entrevista, o ex-ministro do Turismo disse que tem percorrido as cidades do Rio Grande do Norte e vai analisar o "sentimento do povo" para decidir se irá para a disputa. Mesmo com o atual distanciamento político do ex-senador Garibaldi Filho e do deputado federal Walter Alves, presidente da legenda no Rio Grande do Norte, Henrique afirma que, se for candidato, será pelo MDB.

"Eu não estou no MDB. Eu sou MDB. Há uma diferença. Ouvi de Ulisses Guimarães: partido não é hospedaria. Partido é a sua casa. Se as pessoas observarem o MDB como uma casa, se olhar o piso, as paredes, o teto e as janelas, verão as marcas das mãos de Henrique Eduardo Alves. E para fazer justiça, as minhas só não, as minhas e de Garibaldi. Como posso sair dessa casa que é minha se eu não estou incomodado? Estou bem acomodado e feliz. É minha vida e minha história. Não há possibilidade de eu sair do MDB, que é minha casa. Eu quero, pelo contrário, é que venham mais pessoas. Henrique e MDB ontem, hoje e sempre", disse o ex-deputado.

Sobre o afastamento de Garibaldi, Henrique disse que nunca diria "uma vírgula contra Garibaldi", mas que a versão de que teria trabalhado contra a candidatura de Walter Alves em 2018 para beneficiar Benes Leocádio não é verdadeira. O ex-deputado lembrou que todos os deputados federais com mandato e até o ex-senador Garibaldi Filho tiveram perdas significativas nas votações. O emedebista, inclusive, desafiou qualquer prefeito do MDB de 2018 a afirmar que ele tenha pedido para o político deixar de votar em Walter para votar em Benes.

"O deputado Walter perdeu 110 mil votos. Em 2018, a eleição foi em outubro e em maio eu estava saindo da prisão de 328 dias. Fiquei em casa. Naquele pior momento da vida, que força danada esse homem teria para transferir 100 mil votos de um candidato para outro? Não estou falando de 10, 20 mil votos. Transferir 100 mil votos para Benes", questionou Henrique.

O deputado Fábio Faria perdeu 90 mil votos de 2014 para 2018, o deputado Rafael Motta perdeu 91 mil votos, o ex-senador José Agripino ficou na segunda suplência, o senador Garibaldi, na sua reeleição, foi o 4º colocado para senador em Natal. Em não foi uma coisa contra o deputado Walter. Foi uma ventania de mudanças, contra lideranças tradicionais, uma nova política (que é pior do que a que quiseram mudar), atingiu Walter, o deputado Fábio, Rafael, Garibaldi, José Agripino. O deputado João Maia, com a irmã bombando sendo senadora, perdeu 45 mil votos. Então não foi Henrique", garantiu.

"Eu desafio aparecer um prefeito - não são dois -, um prefeito de 2018, do MDB, que tenha falado comigo, que tenha dito que ia votar em Walter e eu tenha dito a ele (não ele entendido), não vote em Walter e vote em Benes. Quero que apareça um que venha dizer que iria votar em Walter e que tenha dito que eu orientei a votar em Benes. Isso não existiu. Isso não é verdadeiro. A verdade sempre aparece", disse Henrique.

Sobre a possibilidade de entrar na disputa com um familiar por vaga na Câmara dos Deputados, Henrique relembrou que já foi deputado federal junto a Aluízio Alves, seu pai, e a Ismael Wanderley, marido da irmã gêmea, Ana Catarina. Apesar disso, reforçou que ainda está avaliando a candidatura.
"Não sei (se há espaço para ele e Garibaldi na disputa para Câmara). Estou conversando para ouvir, para saber se eu vou ser candidato, se o povo quer que eu seja candidato, se acha que eu ainda posso ajudar depois de tudo que ajudei. Só tenho gratidão. O sujeito com 11 mandatos tem que pedir mais o quê? Tem só que agradecer e muito pelo que o Rio Grande do Norte me deu e fez, deu a chance de construir o que eu construí. O que vier a mais é se o povo entender que eu posso ajudar ainda mais. Não sei o que acontecerá. Mas o RN não perderá nada. Imagine o RN com Henrique e Garibaldi, com a história que têm, pelo que aprenderam nesses anos, como deputados. Se eu ajudar e Garibaldi chegar e eu não chegar, é bom para o RN, que terá um deputado como Garibaldi. Se eu chegar e Garibaldi não chegar, se eu for candidato, estará lá Henrique, que é um cara experiente, que pode ajudar. Nesse caso, é aposta tripla para o estado. Mas vamos esperar se isso vai acontecer. Não tenho uma decisão tomada ainda, mas tem uma coisa mexendo dentro de mim que não posso negar. Cada viagem que eu faço isso fica muito mexido e o carinho das pessoas é algo generoso", disse Henrique. "Há duas frases de meu pai que eu levo muito comigo e consigo praticar, são coisas que não saem da minha cabeça: fazer a luta sem ódio e sem medo, e a esperança não morre. Essas duas frases estão se encontrando no meu caminho e espero que Deus me mostre qual o melhor caminho", disse o deputado.

Confira mais algumas declarações do ex-deputado Henrique Eduardo Alves:

Coligações

"Fui inteiramente favorável a cessar as coligações. Acho que mascarava seu resultado final. Cada partido tem que ter sua cara. Mais votos ou menos votos, não importa. São votos de consciência para aquele partido, cada um com sua cara e vá buscar seus votos".

Prisão

"Fui vítima de uma trama. Porque o procurador (Rodrigo) Janot queria ser reconduzido e o presidente Michel Temer já tinha feito chegar a ele que ele não seria reconduzido. E a partir daí ele teve como obsessão de destruir Michel (Temer) e tirá-lo da Presidência. Até se dizia que ele se articulou com Rodrigo Maia, que era o presidente da Câmara e assumiria se ele saísse. E isso se confirmou quando chegou o mandado de prisão, chega um de Brasília de Janot e um do representante Regional de Janot. Chegaram os dois pedidos juntos na mesma hora, na minha casa às 6h. E eu percebia que o oficial de Justiça que lá estava, olhava para a janela.. Tinha uma multidão lá embaixo. Como podia todas aquelas pessoas lá, sabendo disso antes de mim? E daí minha revolta, que eu superei, graças a Deus, naquele dia seria julgada a chapa Dilma/Temer, às 17h. Se a decisão fosse pela cassação, Rodrigo Maia assumiria e foi a estratégia que depois a gente descobriu. Todo o noticiário apontava mais para Temer do que o deputado Henrique. Fui vítima dessa armação. Tínhamos a expectativa que a chapa venceria por 5 a 2, tão frágil era o argumento, mas foi por 4 a 3, um voto apenas. Mas Michel manteve a chapa e continuou, só que esqueceram de mim lá. O sujeito que serviria para atacar Michel, que seria usado para atingi-lo, foi esquecido lá. E fiquei 328 dias. Prisão preventiva. Qual o mal que eu poderia fazer à sociedade? Uma pessoa que tive a vida que tive?"

Agenda no interior

"Depois de tudo o que eu passei, você imagina a ansiedade em que estava neste momento", disse o ex-ministro em referência às viagens que tem feito pelo interior do Estado.

Candidatura

"Você não pode ser candidato de si mesmo. Acho que a candidatura deve surgir das pessoas quererem, de desejarem ter você, seja na Assembleia, Câmara Municipal ou no Congresso Nacional"

"Quero saber o que pensa o povo do Rio Grande do Norte. Quero ouvir. Pelas cidades que ando, não estou pedindo volto. Estou colocando minha história e querendo ouvir."

Álvaro Dias

"Tenho ouvido muito sobre Álvaro (como candidato). É impressionante a administração que vem fazendo, o trabalho na pandemia e os horizontes para Natal. Quem mora no Seridó e Agreste, vem a Natal, o trabalho de Álvaro está tendo grande repercussão. Como escuto isso, transmito por onde passo. Converso sempre com Álvaro, somos amigos há tantos anos, estou sempre ligando para ele, nos falamos. O RN dos estados deve estar vivendo a maior incógnita entre todos os outros. Além de Fátima, não se sabe quem será o candidato ao Governo. É incrível para um estado que sempre teve lideranças chegou a um ano eleitoral e não sabe os nomes de candidatos definidos em momentos tão importantes. Acho que o mês de fevereiro é decisivo e vamos ver as opções que surgem. Mas vamos tratar de ideias e não de nomes.

Governo Fátima

"Ela vive muitos problemas no governo, pegou a pandemia e tem uma oposição muito acirrada na Assembleia. Tem a questão da saúde pública e da educação, que reclamam-se. Eu acho que essa conjuntura nacional atinge muito brutalmente ao governo do Estado. Acho que tem lacunas aí, por essas razões e outras da própria administração, que não foram plenamente atendidas as expectativas do Rio Grande do Norte".

"Talvez falte ao governo Fátima a humildade em ouvir a oposição. Para ver dentro daquelas propostas, tirando radicalismo e oposição por ser, as boas ideias, construtivas. Então é um governo que vejo com essa ressalva, mas torcendo que dê certo".

Simone Tebet

"Estou com ela para o que der e vier".

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!