'Vou escolher uma mulher negra para a Suprema Corte', diz Biden ao confirmar aposentadoria de Stephen Breyer

Por Rogerio Magno em 27/01/2022 às 15:46:06
Presidente americano afirmou que não tem ainda uma indicação, mas garantiu que vai cumprir com promessa de campanha e indicará um nome ainda em fevereiro. Presidente Joe Biden dos Estados Unidos (dir.) e juiz Stephen Breyer (esq.) em entrevista coletiva na Casa Branca em 27 de janeiro de 2022

Kevin Lamarque/Reuters

Juiz Stephen Breyer em foto de 13 de fevereiro de 2017

Steven Senne/AP/Arquivo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (27) que indicará uma mulher negra para a Suprema Corte do país.

"A pessoa que eu indicar será alguém capaz, preparada, e será uma mulher negra, cumprindo com minha promessa feita ainda na campanha", afirmou o presidente em um pronunciamento.

A futura juíza irá ocupar o assento de Stephen Breyer, que anunciou formalmente sua aposentadoria em uma carta ao presidente nesta quinta.

Juiz Stephen Breyer em foto de 13 de fevereiro de 2017

Steven Senne/AP/Arquivo

O democrata disse que ainda não tem um nome mas que deverá apresentar uma proposta para o Senado americano ainda no próximo mês.

Breyer disse que continuará no cargo até o fim do atual mandato da Suprema Corte, que deve ocorrer no final de junho, mas que poderá esperar enquanto sua sucessora não for escolhida.

O magistrado de 83 anos é um dos três representantes de orientação liberal da mais alta corte americana – que tem maioria conservadora.

A saída do juiz liberal não alteraria a disposição das cadeiras da Suprema Corte que tem maioria conservadora (6 para 3).

"Esse é um dia agridoce para mim, eu conheço Breyer há muitos anos", disse Biden. "Estou aqui para expressar a gratidão de toda a nação por seu serviço."

Breyer é membro da Suprema Corte dos EUA desde 1994, quando foi indicado pelo então presidente Bill Clinton.

Após a morte da juíza Ruth Bader Ginsburg em 2020, e a indicação de Amy Coney Barrett pelo presidente Donald Trump, Breyer vinha sendo pressionado a se aposentar pelos liberais.

Isso porque, com o Partido Democrata controlando a maioria do Senado, seria possível garantir que seu assento continuasse a ser ocupado por um representante de mesma orientação.

No governo de Barack Obama, Breyer e Ginsburg também foram pressionados por liberais a abandonar o cargo – e assim garantir a manutenção de seus assentos entre os democratas –, mas se recusaram.

Uma juíza negra

Apesar de ainda não ter nenhuma indicação oficial para o cargo, alguns nomes têm circulado por Washington como possíveis sucessoras do juiz Breyer, entre eles:

Ketanji Brown Jackson, juíza do tribunal federal de apelações de Washington

Leondra Kruger, juíza da Suprema Corte da Califórnia

As nomeações para a Suprema Corte, que decide a maioria das principais questões sociais nos Estados Unidos, têm sido objeto de batalhas políticas há alguns anos.

Durante seu mandato, o republicano Donald Trump nomeou três juízes, de um total de nove, que ancoraram firmemente a instituição no conservadorismo.

Desde setembro, a mais alta corte do país decidiu contra a obrigatoriedade da vacinação em grandes empresas, tem reconsiderado o direito ao aborto, discute a ampliação do direito ao porte de armas.

Fonte: G1

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