Pazuello afirma que dados sobre vacina russa ainda são "rasos" e "incipientes"

  A Rússia anunciou na terça-feira (11) que concedeu a primeira aprovação regulatória do mundo para uma vacina contra a Covid-19, que foi chamada de Sputnik

Por Rogério Magno em 13/08/2020 às 16:34:52

 

A Rússia anunciou na terça-feira (11) que concedeu a primeira aprovação regulatória do mundo para uma vacina contra a Covid-19, que foi chamada de Sputnik V para os mercados estrangeiros.

A aprovação foi dada pelo Ministério da Saúde do país à imunização produzida pelo Instituto Gamaleya de Moscou após menos de dois meses do início dos testes em humanos, segundo afirmou na ocasião o presidente russo Vladimir Putin.

No dia seguinte, o governo do Paraná assinou um memorando de entendimento com a Rússia para dar início às tratativas relativas à vacina. A parceria vai ser dar por meio do TecPar (Instituto de Tecnologia do Paraná).

"Pode até haver tudo isso [eficácia], mas tem que ter muita negociação, muito trabalho para que isso seja de uma forma efetiva, digamos, avalizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para que nós possamos discutir a compra", disse o ministro.

Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que as informações oficiais sobre os testes da vacina contra Covid-19 da Rússia foram modificadas na base internacional que registra experimentos com humanos.

Nesta quarta (12), as informações sobre os experimentos com humanos da vacina da Rússia passaram a incluir também uma segunda fase, concomitante à primeira. Agora, consta que os estudos foram finalizados no dia 3 de agosto, mas não há informação sobre conclusões dos testes.

Pazuello também repetiu a posição largamente divulgada pelo Ministério da Saúde, de que os técnicos estão monitorando o desenvolvimento das vacinas no mundo e que devem aderir à primeira imunização que se mostrar mais eficaz e segura.

"Resumindo: nós estamos atentos à vacina russa e caso essa prospecção seja positiva, nós devemos também participar, seja por intermédio da Tecpar, em Curitiba, seja por intermédio de uma outra ala de fabricação nossa", disse.

"É orientação e diretriz minha que todas as vacinas que se mostrem em uma prospecção positiva, devemos estar acompanhando, devemos estar parceiros e com opção de compra".

O ministro também acrescentou que mantém encontros com outros laboratórios que estudam uma vacina e está em contato também com o governo de São Paulo, para obter informações sobre a parceria desenvolvida pelo Instituto Butantan com uma farmacêutica chinesa. No entanto, afirma que, até o momento, a parceria da Fiocruz com a empresa Aztrazenica e com a Universidade de Oxford ainda é a melhor opção para o país.

"A Aztrazenica com Oxford é ainda a melhor opção", disse o ministro. "É a mais promissora, mas a gente não deixa de estar atento a todas as outras.

Antes da audiência no Congresso, por videoconferência, Pazuello participou de uma sessão informativa promovida pela OMS (Organização Mundial de Saúde). O ministro apresentou dados sobre as ações do governo para combater a pandemia, mas em nenhum momento mencionou que o Brasil ultrapassou a marca de 100 mil mortes em decorrência da Covid.

O ministro lamentou as mortes -sem mencionar o número de óbitos- e ressaltou a quantidade de pessoas curadas da Covid-19 no Brasil.

"Até o final do dia [desta quarta], o Brasil contabilizava 2.309.477 casos recuperados de Covid-19. Estamos entre os líderes mundiais em pacientes recuperados, o que evidencia o acerto das ações do governo brasileiro em resposta à pandemia", disse Pazuello.

"O desafio que enfrentamos deixará lições importantes. Muito mais do que a emergência em saúde, a pandemia resultou em um caos social em escala jamais vista. Apenas um sistema de saúde forte, incluso e inclusivo, e uma futura vacina podem garantir que o mundo vença essa batalha".

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Fonte: Banda B

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