Imagem de objetos estranhos de rádio no espaço tecem teorias sobre o que eles são

Por Rogerio Magno em 22/03/2022 às 14:06:40

Desde sua descoberta em 2020, os “ORCs” (sigla em inglês para “objetos estranhos de rádio”) se tornaram o novo mistério a ser resolvido pela astronomia e…bem, nós ainda não sabemos o que eles são.

Entretanto, uma nova imagem capturada pelo Observatório Sul Africano de Astronomia, por meio do telescópio MeerKAT, ofereceu novos detalhes desses objetos, o que nos permitiu tecer novas – e mais contundentes – teorias quanto às suas naturezas.

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Os objetos estranhos de rádio - ORCs, para os íntimos - ainda são uma incógnita na astronomia, mas projetos para identificar suas naturezas já estão em curso
Os objetos estranhos de rádio – ORCs, para os íntimos – ainda são uma incógnita na astronomia, mas projetos para identificar suas naturezas já estão em curso (Imagem: J. English (U. Manitoba) / EMU / MeerKAT / DES(CTIO))

A primeira e menos intensa das teorias é a de que esses glóbulos não explicados são partículas de jatos ejetados do centro de alguma galáxia, que se aglomeraram, adquirindo esse formato.

A segunda é a de que se tratam do resultado de uma explosão espacial que deu origem a uma ou mais estrelas.

Já a terceira – e mais impactante – é a de que esses objetos estranhos de rádio são, na verdade, restos de um evento de grande porte ocorrido no centro de alguma galáxia, como as explosões que aparecem após a fusão de dois buracos negros supermassivos.

O mais estranho desses objetos é que eles só podem ser observados por tecnologia capaz de interpretar sinais de rádio. Ao serem observados com tecnologia de raios-x, infravermelha ou telescópios ópticos, os cientistas não conseguiram identificar nada de relevante.

“As pessoas normalmente querem explicar suas observações e mostrar que elas se alinham com o melhor do nosso conhecimento”, disse o Dr. Jordan Collier, do Inter-University Institute for Data Intensive Astronomy e responsável por compilar a nova imagem. “Para mim, é muito mais empolgante você descobrir algo novo, que desafia a nossa compreensão atual”.

Segundo os dados já obtidos dos ORCs, eles são massivos: cerca de um milhão de anos-luz de um lado até o outro (para referência: um único ano-luz é igual a 9,045 trilhões de km). Na prática, isso significa que cabem neles cerca de 16 Vias Lácteas, a galáxia onde moramos.

Mesmo assim, eles são extremamente difíceis de serem enxergados, com apenas cinco deles sendo descobertos até agora: “nós sabemos que os ORCs são anéis bem fracos de emissões de rádio, cercando uma galáxia que tenha um buraco negro em seu centro, mas não sabemos ainda o que os causam, ou porque são tão raros”, disse o professor Ray Norris, da Western Sydney University e um dos autores do novo paper.

O futuro, contudo, parece promissor: a rede de telescópios SKA (ou Square Kilometer Array) já vem sendo construída, com parte de sua estrutura na África do Sul e outra na Austrália. Mantido por vários países, eles terão os equipamentos mais sensíveis do mundo, e com sorte, permitirão a descoberta e o estudo de vários outros ORCs.

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Fonte: Olhar Digital

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