Abramovich não foi envenenado, diz Inteligência dos EUA que cita 'fator ambiental' para sintomas

Por Rogerio Magno em 28/03/2022 às 15:57:03
Autoridade da Inteligência americana disse à agência Reuters que os sintomas do bilionário não teriam ligação com envenenamentos, e sim fatores ambientais, sem elaborar quais seriam estes fatores. Roman Abramovich, dono do Chelsea

Action Images / Matthew Childs/File Photo

Uma autoridade dos Estados Unidos disse à agência Reuters que o bilionário russo Roman Abramovich não foi envenenado, mas que seus sintomas foram provocados por um fator ambiental externo, e não por um envenenamento.

O oligarca e dois negociadores de paz ucranianos tiveram sintomas de um possível envenenamento após uma reunião em Kiev no início deste mês, reportou nesta segunda-feira (28) o "The Wall Street Journal" (WSJ), ao citar "pessoas a par do tema".

O funcionário da Inteligência americana disse à Reuters, sob condição de anonimato, que o departamento "sugere altamente que isso foi ambiental [...], não envenenamento". O americano se recusou a elaborar mais sobre o assunto.

Qual a substância? Quem foi afetado? o que sabe e o que falta saber sobre o suposto envenenamento

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O site de jornalismo investigativo Belling Cat, com sede na Holanda, e que tem acompanhado de perto a crise entre Ucrânia e Rússia, afirma que confirmou com suas fontes as mesmas informações que o diário americano. O mesmo foi feito pelo jornal britânico "The Guardian".

Segundo o WSJ, após a reunião na capital ucraniana, Abramovich, que viajou entre Moscou, Lviv e outros locais de negociação, bem como pelo menos dois membros sêniores da equipe de negociação ucraniana desenvolveram sintomas que incluem olhos vermelhos, lacrimejamento constante e doloroso, além de descamação da pele do rosto e das mãos, afirmaram as fontes.

Até onde o WSJ conseguiu apurar, a vida de Abramovich e dos negociadores ucranianos não estaria em perigo e sua condição melhorou desde o suposto envenenamento.

Uma autoridade dos Estados Unidos disse à agência Reuters que a Inteligência do país sugeriu que os sintomas foram provocados por um fator ambiental, e não por um envenenamento.

Segundo reportou o "Guardian", Abramovich teria perdido a visão durante "várias horas" e recebeu tratamento em um centro de saúde da Turquia, para onde viajava após o encontro informal para negociar a paz em meio a invasão russa da Ucrânia.

Abramovich está entre os bilionários russos sancionados como parte dos esforços do Ocidente para isolar o presidente russo, Vladimir Putin, pela invasão da Ucrânia. O oligarca nega ter laços próximos com Putin.

Além do dono do Chelsea F.C., o jornal identificou ao menos um dos negociadores que apresentaram os sintomas: Rustem Umerov, parlamentar ucraniano e empresário.

Rustem Umerov, membro do Parlamento ucraniano, participa das negociações de paz com delegação russa na região de Gomel, Belarus em 28 de fevereiro de 2022.

Sergei Kholodilin/BelTA Pool Photo via AP

O suposto ataque pode ter relação com representantes da linha-dura de Moscou que querem sabotar as negociações para acabar com a guerra na Ucrânia, relata o WSJ.

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Entre os mais ricos do mundo

O bilionário Abramovich, teve bens bloqueados pelo Reino Unido no começo de março. Ele figura como o 142º homem mais rico do mundo, segundo ranking recente da "Forbes".

Além de ser dono do clube inglês de futebol Chelsea F.C., Abramovich possui participações na gigante do aço Evraz e na empresa Norilsk Nickel. Atualmente, sua fortuna está avaliada em cerca de US$ 12,3 bilhões e seu patrimônio líquido já atingiu o pico de US$ 23,5 bilhões em 2008.

Em 2005, o bilionário vendeu uma participação de 73% na petrolífera russa Sibneft para a gigante do gás estatal Gazprom por US$ 13 bilhões.

Além dos investimentos, o russo também é conhecido por ser dono do segundo maior iate do mundo, Eclipse de 533 pés, comprado por quase US$ 400 milhões em 2010, diz a "Forbes". O bilionário possui um Boeing 767-300ER batizado de "The Bandit".

A "Forbes" ainda aponta que Abramovich já gastou US$ 2,5 bilhões na região de Chukotka, extremo leste da Rússia, onde trabalhou como governador e presidente da Duma local de 2001 a 2013, e já transferiu mais de US$ 90 milhões em propriedades de Nova York para a ex-esposa, Dasha Zhukova.

Fonte: G1

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