Orçamento da NASA para 2023 deve ir até US$ 23 bilhões, a pedido de Joe Biden

Por Rogerio Magno em 29/03/2022 às 12:59:49

O presidente norte-americano Joe Biden entregou uma proposta que pode aumentar o orçamento da agência espacial dos EUA, a NASA, para US$ 23 bilhões (R$ 109,06 bilhões) – um valor US$ 2 bilhões (R$ 9,48 bilhões) mais alto que o ano fiscal atual.

Segundo informações da imprensa estadunidense, o valor entra em vigência no novo ano fiscal e serviria como financiamento de projetos de larga escala, como o Programa Artemis e a construção de novas estações espaciais.

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O SLS é o mega foguete do ambicioso Programa Artemis, que deve levar o homem de volta à Lua até 2026: maior parte do orçamento da NASA para 2023 será destinada ao projeto
O SLS é o mega foguete do ambicioso Programa Artemis, que deve levar o homem de volta à Lua até 2026: maior parte do orçamento da NASA para 2023 será destinada ao projeto (Imagem: NASA/Divulgação)

O Artemis é o ambicioso projeto da NASA para levar o homem de volta à Lua entre 2025 e 2026. Para isso, a agência espacial americana quer separar US$ 7,5 bilhões para a construção de módulos de pouso – algo feito por licitação e contratação de empresas privadas. Um módulo de pouso, essencialmente, é o que tira um astronauta da nave e o leva até a superfície da Lua.

Além disso, pesquisas recorrentes sobre desenvolvimento e aprimoramento do Space Launch System (SLS), um mega foguete que a NASA vem desenvolvendo há alguns anos, também devem entrar nesse pacote.

O valor de US$ 775 milhões (R$ 3,7 bilhões, aproximadamente) também deve ser dedicado à construção da Lunar Gateway, uma estação espacial que a agência espera instalar na órbita da Lua. Tal estação serviria como ponto para atracar naves e veículos, bem como para que astronautas enviados para lá possam viver e treinar antes de irem à superfície do satélite. Se tudo correr como o planejado, a primeira parte da estação deve ser lançada em 2024.

Há também uma parcela deste dinheiro (US$ 486 milhões, ou R$ 2,31 bilhões) direcionada para o financiamento de missões robóticas de exploração – como por exemplo a missão VIPER, que colocará um rover homônimo para percorrer a superfície da Lua em busca de dados sobre os depósitos de gelo em nosso satélite natural. Essa parte é relativamente urgente, considerando que a NASA mantém várias parcerias para a construção desse material, com empresas como Astrobotic e Intuitive Machines.

Finalmente, outros US$ 224 milhões (R$ 1,06 bilhão) serão destinados à construção de estações espaciais comerciais de pequeno porte, a serem instaladas na baixa órbita da Terra (LEO). Essa é a mesma região onde, hoje, está instalada a Estação Espacial Internacional (ISS). Biden, junto de sua vice, Kamala Harris, anunciaram a extensão da missão da ISS até 2030, mas quando o programa acabar, os EUA já querem ter um substituto pronto.

Neste plano, aliás, cabe um adendo: a Rússia, parceira dos EUA na manutenção da ISS, concordou em manter-se na estação apenas até 2024. Em tese, ambos os países são necessários para que a estrutura funcione normalmente – devido a uma série de práticas de segurança (a Rússia é incumbida de “derrubar seguramente” a estação, enquanto os EUA fornecem energia por meio de painéis solares a ela, entre outras coisas).

A guerra russo-ucraniana, iniciada por Vladimir Putin em fevereiro, no entanto, vem deixando essa relação mais “salgada”: os EUA impuseram sanções comerciais à Rússia durante o conflito, o que levou a ameaças e retórica de Dmitry Rogozin, diretor da agência espacial russa (Roscosmos) a proferir diversas ameaças – algumas, nada veladas – ao governo dos EUA.

Voltando ao orçamento da NASA, há outros valores destinados a diversos pontos: US$ 8 bilhões (R$ 37,96 bilhões) devem ser alocados em “ciência” – provavelmente, pesquisas variadas que a NASA já vem conduzindo (crescer alface no espaço, por exemplo). Disso, US$ 2,4 bilhões (R$ 11,39 bilhões) serão especificamente destinados a pesquisas climáticas e análises meteorológicas com base em dados de satélites.

Um ponto interessante da proposta deste ano é a inclusão de US$ 822 milhões (R$ 3,9 bilhões) para a coleta, transporte e estudo de amostras de solo vindas de Marte. A agência, hoje, conta com os rovers Curiosity e Perseverance no trafegando o planeta vermelho, e vem trabalhando com a Lockheed Martin para criar diversos veículos para buscar essas amostras e trazê-las de volta à Terra, onde devem ser estudadas na contínua busca por sinais de vida extraterrestre.

O site da NASA conta com uma tabela detalhada que explica para onde vai cada valor da proposta.

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Fonte: Olhar Digital

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