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Saúde

RN tem 2ª maior taxa de obesidade infantil do Nordeste e 3ª do Brasil


Foto: Adriano Abreu

A professora Sayonara Brasil, mãe do pequeno João, tomou um susto quando o médico disse que o menino, de 7 anos, está com o peso "muito fora da curva". Segundo ela, ouviu do profissional que, dos 44,7 kg atuais do filho, quase 20 são gordura. João endossa a lista das estatísticas do Rio Grande do Norte sobre obesidade infantil. De acordo com o relatório de estado nutricional do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde, 22,51% das crianças potiguares com idades entre 5 e 10 anos estavam obesas em 2021. O índice é o segundo maior do Nordeste, atrás apenas do Ceará (22,77%) e o terceiro do País.

O Rio Grande do Sul, com uma taxa de 24,64%, é o campeão do Brasil. O índice no RN ficou acima das médias nacional (17,8%) e do Nordeste (17,29%). Os dados se referem a situações de obesidade e obesidade grave e indicam que, em 10 anos (de 2011 a 2021), os números no RN cresceram seis pontos percentuais. Segundo o Sisvan, o Estado saiu de um índice de 16,45% de crianças obesas em 2011 para os 22,51% de 2021.

As estatísticas levam em conta o Ãndice de Massa Corporal (IMC) dos pequenos que foram pesados e medidos, sendo que o problema é considerado grave quando o IMC é maior que 40 kg/m². Em 2011, das 47.240 crianças acompanhadas no RN, 4.303 tinham quadro de obesidade, enquanto 3.467 tinham obesidade grave (total de 7.770). No ano passado, dos 55.259 pequenos avaliados, 7.098 estavam obesos e 5.346 tinham obesidade grave (total de 12.444 crianças).

As estatísticas foram colhidas pelos atendimentos realizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o que reflete prioritariamente a situação de crianças em situação de vulnerabilidade social. Estefhany Alice, de 8 anos, "sempre foi gordinha", segundo a dona de casa Edna Pereira, mãe da menina.

Estefhany vive com a família no bairro Bom Pastor, na zona Oeste da capital e é acompanhada, há dois anos, pelo Núcleo de Tratamento de Obesidade Infantil do Hospital Varela Santiago. De acordo com Edna, a menina, hoje com 40 kg e 1,10 m, está bem, embora o colesterol esteja alterado. A criança pesava 50 kg quando iniciou o tratamento.

"Ela adora salpicão, cachorro-quente, bauru, mas eu estou sempre controlando a alimentação. Preciso ser mais cuidadosa com o sorvete, mas, de resto, seguimos tudo direitinho. Quando ela vai à festinha de aniversário a gente toma cuidado com os doces", conta Edna.

A dona de casa confessa que a filha não costuma seguir a dieta recomendada durante o tratamento. A estratégia é melhorar a qualidade da alimentação e ficar de olho, principalmente, na quantidade. "Do que é pedido no tratamento, a gente só compra pão integral e manteiga light. O resto é comida normal, porque alimento integral é muito caro e ela não gosta de jeito nenhum", conta.

Sayonara Brasil, mãe de João, garante que controla a qualidade da alimentação do menino, mas admite que ele sempre foi "bom de garfo". O aumento de peso, de acordo com ela, chegou em 2020, junto com o isolamento social em razão da pandemia. "Ele só ficava em casa, com pouco acesso a exercícios físicos", relata.

Além do ganho de peso, Sayonara conta que outros indicativos começaram a ser notados. "João começou a dar sinais de que estava com problemas de glicose e glicemia, porque ficou com a pele na região do pescoço mais escura e começou a cansar muito facilmente", descreveu. Ao perceber as mudanças, a professora decidiu levar o menino ao endocrinologista.

"Ele não consome besteira, mas, em compensação, come muito bem e parou de fazer natação", afirma. A busca por uma alimentação mais saudável, no entanto é um desafio. Quando perguntado sobre qual a comida preferida, João é direto ao responder: "Pizza, mas eu como pouco", revela.

Estados com maior taxa de obesidade no Brasil em 2021*
Fonte: Sisvan

Rio Grande do Sul: 24,64%
Ceará: 22,77%
Rio Grande do Norte: 22,51%
Paraná: 22,5%

*Os dados se referem à soma dos números de obesidade e obesidade grave

Tribuna do Norte

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