Levantamento aponta 93 vítimas de ataques com armas em escolas do Brasil nos últimos 20 anos

Pesquisa reuniu casos que aconteceram em nove estados entre 2002 e 2022; evento com maior número de óbitos foi em Realengo

Por Rogerio Magno em 08/04/2023 às 10:40:44
Crianças prestam homenagem às vítimas de ataque em creche de Blumenau (SC) ANDERSON COELHO/AFP - 6.4.2023

Crianças prestam homenagem às vítimas de ataque em creche de Blumenau (SC) ANDERSON COELHO/AFP - 6.4.2023

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Sou da Paz identificou 93 vítimas de ataques em escolas do Brasil com armas de fogo entre 2002 e 2022. O levantamento levou em consideração casos em nove estados do país, sendo o massacre da escola municipal em Realengo, no Rio de Janeiro, em 2011, o mais letal.

Dentre as 93 vítimas de ataques em escolas com armas de fogo, 34 morreram e 59 ficaram feridas. Os 12 casos aconteceram na Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná e São Paulo, além do Rio de Janeiro.

Ao somar os ataques com armas brancas, o número pula para 23 incidentes nos 20 anos reunidos no levantamento. Dez destes episódios de violência ocorreram no último ano, segundo um estudo feito pelo Grupo de Ética, Diversidade e Democracia na Escola Pública da Unicamp.

A diretora executiva e a coordenadora do Sou da Paz, Carolina Ricardo e Danielle Tsuchida, respectivamente, publicaram um artigo na imprensa destacando os principais motivos relatados pelos autores dos ataques para realizar tais ações.

Em grande parte, os responsáveis pelos massacres falam sobre terem sofrido bullying e destacam a subcultura do ódio impulsionada pela internet e pelas redes sociais.

Nos 12 ataques compilados pelo instituto, os autores eram alunos ou ex-alunos das instituições – o que mostra uma relação direta com o espaço no qual os ataques são feitos.

"As escolas precisam ter condições de atuar a partir de relações construídas na base da cooperação e empatia e profissionais com capacidade de lidar com questões de saúde mental. Para isto, a presença do estado é fundamental para investir na qualidade do ensino com formação, remuneração justa e contratação de mais profissionais. É necessário que este trabalho se dê em rede, mobilizando as áreas da saúde e assistência social", conclui Carolina.

Fonte: R7. COM

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