Discurso de Xi Jinping foi divulgado após os pronunciamentos de Bolsonaro, Trump e Erdogan. Foto de arquivo mostra o presidente chinês, Xi Jinping
Nicolas Asfouri / AFP
O presidente da China, Xi Jinping, fez um discurso nesta terça-feira (22) em que defendeu o multilateralismo e a cooperação internacional no combate aos efeitos da pandemia do novo coronavírus durante a 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
O pronunciamento do chefe de estado chinês, gravado previamente como dos outros mandatários, foi divulgado após o discurso em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a culpar a China pela propagação do novo coronavírus e pediu para que a ONU responsabilize o país "pelas suas ações".
Trump também voltou a se referir ao Sars-Cov-2 como "vírus chinês" e disse que Pequim não agiu para evitar que as pessoas infectadas deixassem o país no início da pandemia. O representante da missão chinesa, presente na sede da ONU, em Nova York, foi quem rebateu as acusações que classificou "como infundadas".
O mandatário chinês afirmou ainda que não é possível tentar lutar contra a globalização. Face aos desafios impostos pelo novo coronavírus, Xi defendeu que os países procurem cooperar. Segundo chefe de estado, é natural que os países tenham pontos de discordância, mas que devem procurar o diálogo.
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Assembleia virtual
Por causa da pandemia de Covid-19, o evento desse ano é virtual pela primeira vez na história da ONU. Após o pronunciamento de abertura do secretário-geral, Antonio Guterres, o primeiro chefe de estado a falar foi o brasileiro Jair Bolsonaro. O mandatário afirmou que existe uma campanha "brutal" de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. Veja o vídeo:
Bolsonaro: 'Há tanto interesse em propagar desiformações sobre nosso meio ambiente'
Como manda a tradição, o chefe de estado do Brasil abre o debate geral desde 1947, quando o chanceler brasileiro Osvaldo Aranha presidiu a Primeira Sessão Extraordinária da Assembleia Geral e a Segunda Sessão da Assembleia Geral.
Trump foi o segundo a discursar, seguido pelo chefe de estado turco, Recep Tayyip Erdogan. Ainda nesta terça, são aguardados os pronunciamentos dos presidentes: Miguel Díaz Canel (Cuba), Vladimir Putin (Rússia), e Hassan Rouhani (Irã) e Emmanuel Macron (França).
A partir das 16 horas (horário de Brasília), os pronunciamentos serão retomados com outros 19 líderes, entre eles, representantes da Colômbia, México, Uruguai, Argentina e Peru e de nações africanas.
A sede das Nações Unidas, em Nova York, está parcialmente vazia - apenas um diplomata por missão foi autorizado a entrar. Os discursos dos chefes de estados dos 193 países membros estão programados para serem exibidos nos próximos oito dias.