Programa do SUS contribui para redução de mortalidade por sepse

Uma iniciativa criada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com a participação de hospitais sem fins lucrativos, vem contribuindo para a redução dos óbitos em decorrência de sepse, uma infecção generalizada.

Por Rogerio Magno em 27/12/2023 às 14:39:40

Uma iniciativa criada no âmbito do Sistema Único de SaĂșde (SUS), com a participação de hospitais sem fins lucrativos, vem contribuindo para a redução dos óbitos em decorrĂȘncia de sepse, uma infecção generalizada. Por meio dela, foram capacitados entre 2021 e 2023 cerca de 6 mil enfermeiros e assistentes de enfermagem que atuam em 59 municĂ­pios de 22 estados brasileiros. Como resultado, o nĂșmero de mortes de pacientes com sepse atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) envolvidas teve queda de 46%.

Batizada de Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de SaĂșde (Proadi-SUS), a iniciativa surgiu em 2009, gerida pelo Ministério da SaĂșde, e conta com a participação de seis hospitais sem fins lucrativos que são referĂȘncia em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BeneficĂȘncia Portuguesa de São Paulo (BP), Hospital do Coração (HCor), Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital SĂ­rio-LibanĂȘs. O intuito é apoiar e aprimorar a saĂșde pĂșblica através da capacitação de recursos humanos, de pesquisas e avaliações e da incorporação de tecnologias, de inovações em gestão e de assistĂȘncia especializada.

Os recursos do Proadi-SUS são garantidos por meio de imunidade fiscal concedida aos hospitais participantes. Cada um deles pode se envolver em diferentes frentes de atuação. Um deles é o Projeto Sepse, implementado por meio de parceria firmada em 2018 entre o Ministério da SaĂșde e o Hospital SĂ­rio-LibanĂȘs. O objetivo principal é preparar os profissionais para identificar e tratar precocemente os pacientes com suspeita de sepse. Ao todo, foram atendidas 84 UPAs, nas quais os enfermeiros e os assistentes de enfermagem puderam se capacitar e usufruir da expertise do Hospital SĂ­rio-LibanĂȘs.

Sepse

A sepse envolve manifestações graves no organismo em decorrĂȘncia de uma infecção. Não hĂĄ sintomas especĂ­ficos, mas febre, taquicardia, fraqueza extrema, tonturas, pressão baixa, redução na função dos rins, falta de ar e sonolĂȘncia são sinais que devem ser analisados com atenção. Na sepse, o organismo desenvolve uma resposta inflamatória para tentar combater o agente infeccioso. No entanto, essa resposta pode acabar comprometendo o funcionamento de diferentes órgãos, levando a um quadro de falĂȘncia mĂșltipla.

A Organização Mundial da SaĂșde (OMS) estima que ocorrem anualmente 11 milhões de óbitos em decorrĂȘncia de sepse, sendo muitas vĂ­timas crianças e idosos. No Brasil, as estimativas apontam para aproximadamente 240 mil mortes ao ano. Qualquer tipo de infecção, seja ela leve ou grave, pode evoluir para a sepse. Muitos casos resultam de um agravamento de pneumonia ou de infecções abdominais ou urinĂĄrias. A sepse é uma emergĂȘncia médica e seu tratamento deve ser priorizado. As medidas adotadas nas primeiras horas são consideradas fundamentais. O agravamento do quadro clĂ­nico muitas vezes ocorre devido ao atraso no reconhecimento da sepse e ao inĂ­cio tardio do tratamento.

Segundo consta no portal do Proadi-SUS, a taxa de mortalidade por sepse no Brasil é de aproximadamente 60%, sendo superior à de outros paĂ­ses semelhantes no mundo e bem acima do encontrado em nações desenvolvidas, onde os percentuais giram em torno de 20%. Em nota divulgada pelo Proadi-SUS, a coordenadora de projetos no Hospital SĂ­rio-LibanĂȘs, Giselle Franco, avaliou que os bons resultados obtidos com o Projeto Sepse atestam a eficĂĄcia dos protocolos implementados. "É necessĂĄrio que esse problema seja visto com mais atenção, tornando o diagnóstico e tratamento mais ĂĄgil", acrescentou.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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