Nove em cada dez brasileiros reprovam invasões de 8 de janeiro

Para 47%, Bolsonaro teve influĂȘncia em atos golpistas, aponta pesquisa

Por Rogerio Magno em 07/01/2024 às 11:17:39
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Oitenta e nove por cento dos brasileiros não aprovam as invasões aos prédios dos TrĂȘs Poderes ocorridas em 8 de janeiro do ano passado na capital federal. Os atos, que resultaram em depredação do patrimônio público e prejuízo ao ErĂĄrio, são aprovados, no entanto, por 6%. Quatro por cento não souberam ou não quiseram responder.ebcebc

De acordo com a apuração, a atitude de terrorismo em Brasília é rejeitada majoritariamente em todas as grandes regiões do país, por pessoas de diferentes níveis de escolaridade e renda familiar, tanto por eleitores do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro.

InfluĂȘncia de Bolsonaro

De acordo com a pesquisa, as opiniões se dividem na pergunta "Bolsonaro teve algum tipo de influĂȘncia no 8 de janeiro?" Avaliam que sim 47% dos entrevistados e 43% acreditam que não. Dez por cento não souberam ou não quiseram responder.

Todos os dados apresentados acima são próximos dos percentuais encontrados para a versão da pesquisa da Quaest realizada em fevereiro do ano passado. "A rejeição aos atos do 8/1 mostra a resistĂȘncia da democracia brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violĂȘncia institucional", aponta em nota à imprensa Felipe Nunes, diretor da empresa.

Na opinião dele, diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos – que sofreu com a invasão ao prédio do Congresso (Capitólio) em 6 de janeiro de 2001 – no Brasil as opiniões a respeito dos atos de vandalismo sofrem pouca influĂȘncia das escolhas das legendas políticas. "É imperativo que esse debate não seja contaminado por cores partidĂĄrias, porque trata-se de um problema do Estado brasileiro. É a defesa das regras, da Constituição e da própria democracia que estĂĄ em jogo neste caso."

Livro recente

Felipe Nunes é cientista político e também trabalha como professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No final do ano, ele lançou o livro Biografia do Abismo – Como a Polarização Divide Famílias, Desafia Empresas e Compromete o Futuro do Brasil (editora HarperCollins), escrito em parceria com o jornalista Thomas Traumann.

A publicação descreve que as posições políticas passaram a ser parte da identidade de cada brasileiro, e na última eleição presidencial o país "viveu a consolidação de um processo de polarização extrema" – quando se "calcificou" o mecanismo de escolha do voto, "em que os interesses perderam força para as paixões."

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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