Primeira-ministra Jacinda Ardern é favorita em eleições gerais na Nova Zelândia neste sábado

Por Rogerio Magno em 16/10/2020 às 17:12:51
Líder do Partido Trabalhista deve se reeleger com facilidade, após sua popularidade crescer com resposta à pandemia de coronavírus. Eleitores também votam em referendos sobre legalização da maconha, da eutanásia e suicídio assistido no país. Painel com foto de campanha da primeira-ministra Jacinda Ardern é visto em shopping em Christchurch, na Nova Zelândia, em 14 de outubro

AP Photo/Mark Baker

A primeira-ministra Jacinda Ardern é favorita e deve manter o cargo nas eleições gerais realizadas neste sábado (17) na Nova Zelândia, em uma disputa contra Judith Collins, líder do Partido Nacional. Segundo pesquisas, o Partido Trabalhista, de Ardern, tem 15% de vantagem.

A atual premiê ingressou no Partido Trabalhista aos 18 anos e trabalhou como conselheira da então primeira-ministra Helen Clark. Ela se tornou legisladora em 2008 e primeira-ministra nove anos depois, aos 37 anos. Em 2018, foi a segunda líder mundial a dar à luz durante o mandato.

A popularidade de Ardern entre os neozelandeses aumentou muito pelo modo como ela lidou com a pandemia de coronavírus, com o país sendo um dos que menos sofreu com a disseminação do coronavírus e se declarando livre da doença.

A primeira-ministra implementou um rígido bloqueio quando apenas 100 casos tinham sido registrados, e aparecia diariamente na TV dando boletins da situação. No total, desde o início da pandemia, foram 1.524 casos e apenas 25 mortes.

A Nova Zelândia chegou a ficar 102 dias sem nenhuma transmissão comunitária, antes de registrar uma segunda onda. No início de outubro, declarou-se novamente livre de contaminações, após 12 dias sem novos registros.

Internacionalmente, ela despertou elogios por sua atuação após o massacre em uma mesquita em Christchurch, em 2019, quando, além de consolar pessoalmente os parentes e amigos de vítimas, proibiu a venda de armas semiautomáticas de estilo militar e de fuzis no país.

Judith Collins, líder do Partido Nacional da Nova Zelândia, segura bebê durante campanha em Rolleston, em foto de 30 de julho

AP Photo/Mark Baker

Alianças

O sistema de votação proporcional da Nova Zelândia significa que os partidos geralmente devem formar alianças para governar. Os trabalhistas têm um aliado natural no liberal Partido Verde, assim como o Partido Nacional costuma se aliar ao libertário ACT.

Já o New Zealand First, liderado por Winston Peters, é considerado um "coringa", segundo a Associated Press. Na última eleição, o partido formou uma coalizão com o Trabalhismo e Peters se tornou o vice-primeiro-ministro.

Mas as pesquisas indicam que o New Zealand First vai lutar desta vez para voltar ao Parlamento e não se sabe se os trabalhistas terão apoio suficiente para governarem sozinhos, algo que nunca aconteceu nos 24 anos desde que o sistema de voto proporcional foi implementado.

Maconha e eutanásia

Além de votarem nos membros do Parlamento, os neozelandeses também deverão responder neste sábado a dois referendos.

Um deles é sobre a legalização da eutanásia (e o suicídio assistido) em algumas circunstâncias, contemplando pessoas com doenças terminais, com probabilidade de morrer dentro de seis meses e que passam por um sofrimento "insuportável". Caso aprovado, ele se torna lei.

O outro assunto a ser votado é a legalização da maconha, permitindo que as pessoas comprem até 14 gramas por dia e cultivem duas plantas. Neste caso, porém, se a maioria votar favoravelmente, os legisladores ainda deverão elaborar uma legislação correspondente.

Pesquisas apontam que a legalização da eutanásia deve ser aprovada, enquanto a da maconha ainda não está definida, segundo a AP. Diferente dos votos da eleição, que serão divulgados logo após o fechamento das urnas e a sequente contagem, os resultados dos referendos só serão contados e anunciados em 30 de outubro.

Fonte: G1

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