França detalha regras do novo lockdown; multa para quem desrespeitar isolamento passa de R$ 900

Por Rogerio Magno em 29/10/2020 às 18:45:34
Governo francês anunciou 15 bilhões em ajudas financeiras. Objetivo é manter empresas funcionando, com reforço para que as pessoas trabalhem de casa quando possível. Pessoas caminham em Paris, na França, diante da Torre Eiffel, nesta quinta-feira (29), véspera da entrada em vigor de um novo lockdown

Charles Platiau/Reuters

Um dia depois do anúncio de um lockdown parcial, o governo da França deu mais detalhes nesta quinta-feira (29) sobre o plano para evitar uma piora da segunda onda do novo coronavírus no país e prevenir um caos econômico ainda mais grave.

Em entrevista coletiva, ministros do governo francês detalharam as seguintes medidas:

Saídas autorizadas de casa — as pessoas poderão sair para comprar alimentos, por razões médicas, por motivos familiares essenciais, para ajuda às pessoas vulneráveis ou para atender a convocações judiciais ou administrativas. Elas podem sair para trabalhar, também, quando o trabalho de casa não for possível.

Atividades físicas — também está permitida a saída de casa por uma hora todos os dias para "tomar um ar" ou fazer exercícios. Parques, jardins, florestas e praias ficarão abertas, diferentemente do primeiro lockdown.

Multa — quem desrespeitar o isolamento será multado em 135 euros, o que equivale a mais de R$ 900. Será exigida uma declaração de justificativa pela saída de casa.

Permanecem fechados — bares, restaurantes, lojas que não sejam de primeira necessidade, salões de beleza, espaços de conferência, teatros, cinemas, academias, parques de diversões, entre outros.

Escolas — ficam abertas, com o uso de máscaras exigido aos alunos com 6 anos de idade ou mais. Universidades permanecem fechadas.

Fronteiras — abertas somente as fronteiras europeias. Aos outros países, aceita-se somente o retorno de franceses e de moradores da França.

Primeiro-ministro da França, Jean Castex, anuncia medidas do novo lockdown nesta quinta-feira (29)

Ian Langsdon/Pool via Reuters

O primeiro-ministro Jean Castex reforçou o pedido para que as empresas favoreçam o trabalho de casa em todos os dias da semana. A ministra do Trabalho, Elisabeth Borne, foi além:

"O teletrabalho não é uma opção, mas uma obrigação".

As medidas foram detalhadas depois que o presidente Emmanuel Macron definiu um novo lockdown diante do forte aumento de casos de Covid-19 e da alta ocupação hospitalar no país. O confinamento começa nesta sexta e vai até 1º de dezembro, com a promessa de uma reavaliação a cada 15 dias para verificar se há condições para uma reabertura parcial do comércio.

Ajuda financeira

Restaurante em Paris fechado nesta quinta-feira (29) após anúncio de novo lockdown na França

Charles Platiau/Reuters

O governo francês prometeu também ajuda financeira pra conter o baque na economia nacional causado pelo novo confinamento. A estimativa do ministro da Economia, Bruno Le Maire, é gastar 15 bilhões de euros da seguinte maneira:

6 bilhões para fundos de solidariedade

7 bilhões para atividades que funcionarão parcialmente

1 bilhão para exoneração em contribuições sociais

1 bilhão para custear uma parte dos aluguéis das empresas

Além disso, o governo anunciou que proprietários de imóveis que renunciarem ao pagamento de um mês de aluguel entre outubro e dezembro vão receber 30% do valor devido.

2ª onda na Europa

Covid-19 avança na Europa

As novas altas nos casos de Covid-19 levaram países europeus a adotar medidas de confinamento. Em alguns casos, como na Alemanha e na Polônia, as regras são ainda mais rígidas do que na primeira onda, entre março e maio.

SAIBA MAIS: Cientistas detectam mutação em casos da Europa

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quinta que os 54 países da região europeia — que inclui, além do continente, Israel e ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central — renovaram as máximas no número de casos semanais: foram mais de 1,5 milhão de diagnósticos confirmados na última semana. Isso representa cerca de 15% dos 10 milhões de registros considerando toda a pandemia.

"A Europa é novamente o epicentro desta pandemia. Corro risco de soar alarmista, mas eu devo expressar nossa preocupação que é muito real", disse Hans Kluge, diretor regional da OMS.

Cadeiras vazias de restaurante em Berlim, na Alemanha, nesta quarta-feira (28)

Fabrizio Bensch/Reuters

Kluge não criticou os lockdowns adotados por França e Alemanha, mas mencionou que esse é o "último recurso disponível". Segundo ele, a medida pode ser adotada para dar chance aos países de se recompor e conseguir fortalecer outras estratégias como testagem e rastreio de casos.

O diretor regional da OMS para a Europa também elogiou a decisão dos dois países em manter as escolas abertas durante o lockdown.

"Estamos confiantes de que crianças e adolescentes não são considerados carregadores principais da transmissão da Covid-19", comentou Kluge.

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Fonte: G1

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