Dez capitais tĂȘm sinal de aumento nos casos de sĂ­ndrome respiratória aguda grave, aponta Fiocruz

Por Rogério Magno em 20/11/2020 às 21:03:13
TendĂȘncia nacional é de interrupção na queda de novos casos; apagão de dados do Ministério da SaĂșde pode ter prejudicado estimativas. Quase 98% dos casos de SRAG no paĂ­s neste ano foram causados pelo novo coronavĂ­rus. Dez capitais apresentam tendĂȘncia de alta de doenças respiratórias

Dez capitais brasileiras (veja detalhes mais abaixo) mostram sinal de aumento de casos de sĂ­ndrome respiratória aguda grave (SRAG), aponta o boletim de monitoramento semanal da Fiocruz, o InfoGripe, divulgado na quinta-feira (19) com dados até o dia 14 de novembro.

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A SRAG pode ser causada por vĂĄrios vĂ­rus respiratórios, mas, neste ano, quase 98% dos casos no paĂ­s tĂȘm o novo coronavĂ­rus (Sars-CoV-2) como causa, segundo dados da fundação.

As tendĂȘncias sempre se referem ao perĂ­odo anterior à data do boletim. Por exemplo: as tendĂȘncias de longo prazo apontam para o que tem sido visto nas 6 semanas anteriores a ele em cada capital; jĂĄ as de curto prazo apontam para as 3 semanas anteriores.

"Ou seja, quando a tendĂȘncia de longo prazo indica crescimento, é muito grande a chance de que, nas próximas semanas [sem precisar quantas], essa tendĂȘncia se mantenha se não houver nenhuma ação coletiva", explica Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Veja as tendĂȘncias:

Rio Branco foi a capital com o sinal mais claro de que houve crescimento de casos nas Ășltimas 6 semanas.

Belo Horizonte, Florianópolis, João Pessoa, Natal, o Plano Piloto de BrasĂ­lia e arredores (DF), São LuĂ­s e Vitória tiveram sinal moderado de crescimento nas Ășltimas 6 semanas.

Florianópolis, João Pessoa e São LuĂ­s jĂĄ apresentam a tendĂȘncia de crescimento a longo prazo hĂĄ pelo menos 6 semanas. Natal tem a mesma tendĂȘncia hĂĄ 4 semanas, o Plano Piloto de BrasĂ­lia e arredores e Rio Branco hĂĄ 3. Vitória apresentou tendĂȘncia de crescimento nas Ășltimas duas semanas. É a primeira vez que Belo Horizonte aparece com tendĂȘncia de crescimento a longo prazo desde o inĂ­cio da queda nos casos após o pico da pandemia.

Goiânia e Palmas tiveram sinal moderado de crescimento nas Ășltimas 3 semanas.

A tendĂȘncia de aumento nos casos nas capitais jĂĄ vinha sido apontada em boletins anteriores da Fiocruz – mas, desta vez, a quantidade de cidades sob alerta de crescimento de casos aumentou de 9 para 10 capitais.

A fundação alerta, entretanto, que a situação ainda é muito diferente entre as vĂĄrias regiões do paĂ­s. Algumas capitais que haviam apresentado sinal de crescimento no Ășltimo boletim, por exemplo, voltaram a ter uma estabilização, inclusive a longo prazo: Belém, Fortaleza, Maceió, MacapĂĄ e Salvador.

JĂĄ Manaus teve sinal moderado de queda, mas, alerta Gomes, o dado pode ter sido influenciado pelo apagão de dados do Ministério da SaĂșde (veja detalhes mais abaixo).

Interrupção na queda

Foto mostra profissional de saĂșde em UTI no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, na quinta-feira (19).

Diego Vara/Reuters

Os dados do boletim indicam uma possĂ­vel interrupção na queda de casos de SRAG no Brasil, ou seja: é possĂ­vel que os casos estejam parando de cair no paĂ­s.

Se essa tendĂȘncia for confirmada, diz Marcelo Gomes, seria o inĂ­cio de uma estabilização (platô) no nĂșmero de casos de SRAG desde o inĂ­cio da queda, entre o fim de junho e o inĂ­cio de julho.

"A média móvel se mostra estĂĄvel desde a semana [epidemiológica] 43 [de 18 a 24 de outubro], mas a confirmação virĂĄ nas próximas semanas", diz Marcelo Gomes.

Apagão de dados

O apagão de dados que atingiu a rede do Ministério da SaĂșde hĂĄ cerca de duas semanas também pode ter prejudicado as estimativas do boletim – o que deve ser corrigido nas próximas semanas, diz a Fiocruz.

O problema atrasou a atualização de casos e mortes pela Covid-19 e, também, dos dados de SRAG das Ășltimas duas semanas epidemiológicas (de 1Âș a 14 de novembro).

"Tal alteração pode resultar em eventual perda de qualidade da estimativa de casos recentes em alguns locais. Como o sistema é recalibrado semanalmente, eventual perda de precisão deve ser reduzida gradativamente nas próximas semanas", diz o boletim.

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Fonte: G1

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