PGR pede para Polícia Federal ouvir Paulo Marinho em inquérito sobre Bolsonaro

Em entrevista a jornal, empresário disse que Flávio Bolsonaro foi avisado por delegado da PF de operação que deixaria Flávio Queiroz em evidência. A Procuradoria [...]

Por Rogério Magno em 18/05/2020 às 00:42:51
Em entrevista a jornal, empresário disse que Flávio Bolsonaro foi avisado por delegado da PF de operação que deixaria Flávio Queiroz em evidência. A Procuradoria Geral da República pediu neste domingo (17) que a Polícia Federal colha o depoimento do empresário Paulo Marinho no âmbito do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na PF.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o empresário afirmou que o senador Flávio Bolsonaro (PSL) foi avisado com antecedência por um delegado da PF sobre a deflagração da Operação Furna da Onça, que culminou na prisão de diversos parlamentares do estado do Rio em novembro de 2018.

O ofício enviado à delegada Christiane Correa Machado, do Serviço de Inquéritos Especiais da PF no STF, pedindo a coleta de depoimento foi assinado pelo procurador João Paulo Lordelo Guimarães, que é membro auxiliar do gabinete do procurador-geral da República, Augusto Aras.

No pedido, Guimarães também requer que a PF colha o depoimento de Miguel Ângelo Braga Grillo, chefe de gabinete de Flávio. Ele solicitou ainda cópia do inquérito da PF que apurou as informações relacionadas à operação Furna da Onça.

Paulo Marinho, de 68 anos, foi um dos principais apoiadores da campanha presidencial de Bolsonaro e é suplente de senador de Flávio.

Segundo ele, um delegado da Polícia Federal tentou entrar em contato com o senador Flávio Bolsonaro por meio de telefone. O empresário, no entanto, não revelou o nome do delegado.

Ainda de acordo com as informações de Marinho, o coronel Miguel Braga, acompanhado do advogado Victor Alves e de Val Meliga, ex-presidente do PSL no Rio e irmã de dois milicianos, encontraram o delegado na porta da Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, na Praça Mauá, Zona Portuária da cidade.

O empresário afirma na entrevista que o delegado, identificando-se como adepto e simpatizante da campanha presidencial de Jair Bolsonaro, recomendou providências e essas vieram na forma das demissões de Queiroz e sua filha, ambos exonerados no dia 15 de outubro de 2018.

Nathalia foi exonerada do cargo no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados no mesmo dia em que Fabrício José Carlos de Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Jair Bolsonaro venceu as eleições no dia 28 de outubro e a Operação Furna da Onça foi deflagrada no dia 8 de novembro.

De acordo com Marinho, as revelações foram feitas a ele pelo próprio Flávio, em 13 de dezembro de 2018, quando a Furna da Onça já havia sido realizada.

Fonte: G1

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