Maior vencedor do SuperBowl recusa medalha presidencial de Trump

Por Rogerio Magno em 12/01/2021 às 09:40:59
Técnico do New England Patriots anunciou que não aceitará a Medalha Presidencial da Liberdade para 'permanecer fiel às pessoas, ao time e ao país que amo'. Foto de 10 de dezembro de 2020 mostra o técnico do New England Patriots, Bill Belichick, durante jogo de futebol americano da NFL contra o Los Angeles Rams

Ashley Landis/AP

O técnico do New England Patriots, Bill Belichick, anunciou na noite de segunda-feira (11) que não receberá a Medalha Presidencial da Liberdade, que seria concedida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Único treinador de futebol americano a vencer seis vezes o Super Bowl, Belichick afirmou que "permanecer fiel às pessoas, ao time e ao país que amo supera os benefícios de qualquer prêmio individual".

A Medalha Presidencial da Liberdade é a maior homenagem civil dos EUA, e a cerimônia deveria ocorrer na quinta-feira (14).

A homenagem havia sido divulgada no domingo (10) pela Casa Branca, quatro dias após a invasão da sede do Congresso dos EUA por apoiadores de Trump que deixou cinco mortos.

O treinador não disse explicitamente que recusou a oferta de Trump, a quem já chamou de amigo, mas que "foi tomada a decisão de não avançar com o prêmio".

Belichick afirmou ter ficado "lisonjeado", "por respeito ao que a homenagem representa e pela admiração pelos vencedores anteriores", mas "posteriormente ocorreram os trágicos acontecimentos da semana passada e foi tomada a decisão de não avançar com o prêmio".

"Acima de tudo, sou um cidadão americano com grande reverência pelos valores nacionais, liberdade e democracia. Sei que também represento minha família e a equipe do New England Patriots", afirmou o treinador no comunicado.

Belichick e a política

Embora se descreva como apolítico, Belichick escreveu uma carta de apoio a Trump que o então candidato leu em voz alta na noite anterior à eleição de 2016, em um comício em New Hampshire.

Na ocasião, Trump disse que a carta oferecia "os melhores votos de grandes resultados" no dia da eleição e falava sobre "a oportunidade de tornar a América grande de novo", mas Belichick afirmou que era apenas para apoiar um amigo.

O técnico também usou um distintivo da bandeira armênia na Casa Branca em 2015, quando a equipe celebrou sua quarta vitória no Super Bowl — que se acredita ser um sinal de apoio ao diretor de futebol da equipe, Berj Najarian, que é descendente de armênios.

No mês passado, Belichick pediu ao governo Trump que tomasse medidas contra a Turquia e o Azerbaijão por "ataques violentos e não provocados contra os armênios".

Após a morte de George Floyd, os jogadores do Patriots elogiaram o treinador por fornecer um fórum aberto para eles expressarem seus sentimentos sobre raça e injustiça social no país. Em sua declaração de ontem, Belichick chamou a ocasião de “uma das coisas mais gratificantes em minha carreira profissional".

"Por meio da grande liderança de nossa equipe, as conversas sobre justiça social, igualdade e direitos humanos passaram para o primeiro plano e se tornaram ações", afirmou o treinador. "Continuar esses esforços e ao mesmo tempo permanecer fiel às pessoas, à equipe e ao país que amo supera os benefícios de qualquer prêmio individual".

Fonte: G1

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