CPI quer material do STF sobre fake news, e defesa do bolsonarismo é teste para o Centrão

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fake News em andamento no Congresso já discute o compartilhamento do material da investigação que está em curso no [...]

Por Rogério Magno em 27/05/2020 às 12:05:43
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fake News em andamento no Congresso já discute o compartilhamento do material da investigação que está em curso no Supremo Tribunal Federal – e que levou à operação da Polícia Federal deflagrada nesta quarta-feira (27).

Deputados e senadores de diversos partidos querem aprofundar as investigações sobre os ataques às instituições- que, pelos alvos de hoje, levam a apoiadores do presidente Bolsonaro-com mandato (deputados federais) e sem mandato (como blogueiros).

O aprofundamento das investigações no Congresso, no entanto, testará o nível de fidelidade dos partidos do centrão (principalmente PP, PL e PTB) ao governo Bolsonaro. Os filhos do presidente são críticos do inquérito no STF, e o Planalto se preocupa com o avanço das investigações.

O deputado Eduardo Bolsonaro, inclusive, tentou parar os trabalhos da CPI, mas o STF negou o pedido. Os trabalhos da comissão foram prorrogados e estão suspensos por conta a pandemia, mas os parlamentares já discutem ampliar as investigações após a crise sanitária.

Nas palavras de um integrante da cúpula do Congresso, as investigações sobre fake news forçarão o centrão a se posicionar e mostrar se os cargos entregues pelo governo ao bloco- e os que estão por vir- são suficientes para "pagar a fatura" do apoio a Bolsonaro apenas em caso de um eventual impeachment ou se já conta para uma "tropa de choque" e matérias incomodas ao governo, como das fakenews, que apura ameaças aos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Nas contas de líderes, fora do centrão, existem cerca de 280 votos com que o governo não conta. O centrão pode chegar a 220 votos. E os demais são parlamentares soltos. A Câmara tem 513 votos.

Um dos principais presidentes de partido do centrão disse ao blog, hoje, que o centrão não vai blindar o governo Bolsonaro se a investigação "for específica contra ministros do Supremo Tribunal Federal". "Não vamos comprar essa briga contra o STF".

No entanto, afirmam que essa avaliação vale, até aqui, para deputados bolsonaristas e apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais.

Ou seja, garantem apoio se a investigação chegar a familiares do presidente ou ao próprio Planalto . "O centrão está fechado com Bolsonaro. A tendencia é defender Bolsonaro e familia, se for o caso. O nosso compromisso é com eles, mas não com apoiadores do presidente, muito menos com os deputados que atacam ministros do STF".

O problema, avaliam líderes que não participam do centrão, é que o bloco que recebeu cargos do governo pode viver um impasse, se as investigações chegarem ao chamado "gabinete do ódio", que funcionaria com o aval do Palácio do Planalto.

Por isso, acreditam que o inquérito das fakenews será uma espécie de termometro do apoio do centrão a Bolsonaro: se ficam com o bolsonarismo, ou se apoiam o eventual aprofundamento de investigações que atacam as instituiçoes, como a própria Câmara e ministros do STF.

Fonte: G1

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