Ex-presidente da Bolívia desmaiou na prisão, diz advogada

Por Rogerio Magno em 18/03/2021 às 07:26:17
Defesa diz que Jeanine Áñez está 'em estado crítico' e recebendo oxigênio. Autoridades prisionais dizem que o quadro é estável e ela está sob supervisão médica. O momento em que a ex-presidente boliviana Jeanine Áñez é levada para a prisão

Ricardo Carvallo Terán/ABI

A ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez sofreu um desmaio na prisão e está "em estado crítico" devido ao aumento da sua pressão, afirmou na quarta-feira (17) a sua advogada, Norka Cuéllar. "No momento ela está recebendo oxigênio e está bastante afetada", afirmou a advogada.

As autoridades prisionais dizem que o quadro da ex-presidente é estável e ela está sob supervisão médica.

Áñez é investigada pelo suposto golpe contra o ex-presidente Evo Morales em 2019 e foi detida no sábado (14). Ela estava escondida dentro de uma cama box.

VÍDEO: Ex-presidente boliviana Jeanine Áñez é presa

A Justiça determinou no dia seguinte que ela permaneça presa preventivamente por quatro meses. Os ex-ministros da Justiça e Energia também foram detidos.

Na terça-feira (16), a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu ao governo boliviano que garanta à ex-presidente o processo legal adequado.

As prisões causaram protestos nesta semana em várias cidades do país, principalmente em Santa Cruz.

Manifestantes protestam em Santa Cruz de la Sierra em 15 de março contra o governo do atual presidente da Bolívia, Luis Arce, após a detenção da ex-presidente Jeanine Anez

Lesly Moyano/Reuters

Lidia Patty, ex-deputada do Movimento Ao Socialismo (MAS), apresentou queixa contra Áñez; cinco ex-ministros; o governador eleito da região de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho; ex-chefes de polícia, militares e outros civis pelos crimes de sedição, terrorismo e conspiração.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu a libertação dos detidos e afirmou que "o sistema judicial boliviano não está em condições de oferecer as garantias mínimas de um julgamento justo".

O Ministério das Relações Exteriores boliviano rebateu Almagro e afirmou que as declarações são "provocações maliciosas", que "visam favorecer os interesses privados e políticos que representa".

A renúncia de Evo

Áñez substituiu Morales, que renunciou em meio a violentos protestos em novembro de 2019 após a sua reeleição. O então presidente foi acusado de fraude para ficar no poder até 2025.

Um relatório da OEA que apontou irregularidades nas eleições foi usado pela oposição para pressionar Morales, e ele acabou renunciando e fugindo para o México e, depois, Argentina.

Posteriormente, um estudo independente analisou dados do relatório da OEA e concluiu que houve falhas na apresentação dos resultados.

VÍDEOS: as últimas notícias internacionais

Fonte: G1

Comunicar erro
Rede Ideal 1

Comentários

Telecab