G1
Presidente sírio vai ao seu 4º mandato; opositores e países inimigos do regime de Assad disseram que eleição foi ilegítima. Apoiadores de Bashar Al-Assad exibem fotos do presidente e bandeiras da Síria em ato favorável à reeleição nesta quinta (27), em DamascoHassan Ammar/AP PhotoO presidente da Síria, Bashar Al-Assad, está eleito para um quarto mandato com 95,1% dos votos, informaram autoridades do país nesta quinta-feira (27). Em uma eleição marcada por boicotes e vista por opositores como ilegítima, a vitória por uma larga margem não é considerada uma surpresa.Havia apenas dois outros candidatos: Abdallah Saloum Abdallah, um ex-vice-ministro de gabinete, e Mahmoud Ahmed Marei, chefe de um partido pequeno de oposição. Juntos, eles não conseguiram nem 5% dos votos.Assad chegou ao poder na Síria em julho de 2000, substituindo seu pai, Hafez, morto naquele ano. O presidente sírio foi um dos poucos que conseguiram se manter no poder após a Primavera Árabe, em 2011 — no entanto, aquele ano marcou o início da Guerra da Síria, com repercussões internacionais.ENTENDA: Por que a Guerra da Síria continua após 10 anos?Após a proclamação do resultado pelo Parlamento sírio, milhares de apoiadores de Assad se reuniram na praça Ommayyad, na capital Damasco. Manifestantes pró-governo gritavam frases de campanha como "escolhemos três: Deus, Síria e Bashar".Entretanto, ao longo da semana, houve protestos contrários à tentativa de Assad em permanecer no poder. Veja o VÍDEO abaixo.VÍDEO: centenas de sírios vão às ruas denunciar eleições presidenciais em andamentoA eleição ocorreu independentemente de um processo de paz liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que pediu uma votação sob supervisão internacional que ajudaria a abrir caminho para uma nova Constituição e um acordo político. Nenhum observador participou do pleito.França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos disseram na terça-feira que a eleição não seria livre ou justa. Assad, por outro lado, tem apoio de Rússia e Irã, que são os dois países que mantém a sustentação do presidente no poder. SÍRIA E OUTROS: Veja os desafios de Biden na Casa Branca em relação a países rivais dos EUAEm sua defesa, Assad defendeu que a eleição era uma mostra de que a Síria "está funcionando normalmente" — apesar de um conflito de uma década que matou centenas de milhares de pessoas e expulsou de casa 11 milhões de pessoas, cerca de metade da população.