Estabilidade nuclear, mudança climática, segurança cibernética e o destino de cidadãos presos nos dois países estão na pauta oficial, mas temas ainda mais polêmicos podem ser abordados durante reunião que deve durar até cinco horas. Apesar de reconhecerem importância, porém, nenhum dos lados mantém grandes expectativas sobre ações concretas imediatas. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desembarca em Genebra, na Suíça, na véspera de seu encontro com o presidente russo Vladimir Putin, na terça-feira (15)
Denis Balibouse/Pool Photo via AP
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, terão nesta quarta-feira (16) seu esperado primeiro encontro em Genebra, na Suíça. Biden será o quinto presidente dos EUA a se encontrar com Putin desde que este chegou ao poder, no fim de 1999.
A cidade que recebe os líderes no momento em que os dois países enfrentam um dos piores momentos de sua relação bilateral é a mesma que, em 1985, sediou o histórico primeiro encontro entre Ronald Reagan e Mikhail Gorbachov, então no auge da Guerra Fria.
Segundo um comunicado do Kremlin, a pauta envolverá discussões sobre estabilidade nuclear, mudança climática, segurança cibernética e o destino de cidadãos norte-americanos presos na Rússia e russos prisioneiros nos EUA.
Mas existe ainda a expectativa de que assuntos mais espinhosos devam ser abordados, como Ucrânia, Belarus, o destino do opositor russo preso Alexei Navalny, e os ciberataques russos, incluindo os que teriam influenciado eleições norte-americanas.
Os dois líderes terão de quatro a cinco horas para conversar – a partir das 13h (8h em Brasília) – na Villa La Grande, um imponente edifício do século 18, dentro do maior parque de Genebra e com uma bela vista para o lago Leman.
Além de Biden e Putin, estarão presentes os chefes de diplomacia dos dois países, Antony Blinken e Serguei Lavrov.
Após a reunião, os dois presidentes concederão entrevistas separadamente, e não está prevista uma coletiva conjunta.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, concede entrevista ao jornalista Keir Simmons, da NBC News, transmitida na segunda-feira (14), dois dias antes de seu encontro com Joe Biden em Genebra, na Suíça
Maxim Blinov, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP
Sem grandes expectativas
Embora reconheçam a importância da aproximação e da cúpula como um primeiro passo, nenhum dos lados nutre grandes expectativas de resultados efetivos para o encontro de Genebra.
“Não estou certo de que se chegará a qualquer acordo. Vejo esta reunião com otimismo prático”, disse o assessor de política externa de Putin, Yuri Ushakov, que falou a jornalistas na terça-feira.
Opinião parecida foi emitida pela Casa Branca, que afirmou não esperar grandes anúncios, mas que as relações a longo prazo entre os países sejam mais “estáveis e previsíveis” após Genebra.
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