Especialistas da UE visitarão Venezuela para analisar possível missão de observação em eleições

Por Rogerio Magno em 25/06/2021 às 22:14:21
Missão da União Europeia deve permanecer do país de 6 a 23 de julho, e avalia presença em eleições de prefeitos e governadores, marcadas para 21 de novembro. Juntamente com EUA e Canadá, UE mostrou nesta sexta (25) disposição para "rever" sanções contra o governo de Nicolás Maduro. Mulher deposita seu voto nas eleições presidenciais em Barquisimeto, na Venezuela, em 2018

Carlos Jasso/Reuters

Delegados da União Europeia visitarão a Venezuela em julho para analisar a possibilidade de envio de uma missão de observação nas eleições de prefeitos e governadores, marcadas para 21 de novembro, anunciou uma autoridade eleitoral nesta sexta-feira (25).

O encarregado de negócios do bloco na Venezuela, "Duccio Bandini, informou ao presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Pedro Calzadilla, da chegada em 6 de julho da missão exploratória que avaliará a participação europeia nas eleições regionais e municipais de novembro", publicou o CNE no Twitter.

A missão, "composta por três funcionários e quatro especialistas eleitorais", deve permanecer na Venezuela até 23 de julho.

A confirmação da visita ocorre quatro dias depois de Josep Borrell, o chefe da diplomacia europeia, anunciar o envio desta missão exploratória.

Questionado sobre a visita, o deputado governista Diosdado Cabello, considerado o número dois do Chavismo, garantiu que "em todas as eleições" na Venezuela há observadores.

"Não temos medo de ninguém vir, aqui há observadores em todas as eleições", mas "a União Europeia se negou".

"Recusou porque a União Europeia tem estado do lado da agressão dos Estados Unidos contra a Venezuela", acrescentou a repórteres nesta sexta-feira.

Em 2020, a UE enviou uma missão a Caracas para convencer as autoridades venezuelanas a adiar as eleições legislativas daquele ano por um período de "cinco ou seis meses", com objetivo de enviar uma missão de observação eleitoral.

Mas os esforços não renderam frutos e as eleições foram realizadas - apesar do boicote do líder da oposição, Juan Guaidó e seus aliados - deixando o caminho livre para o chavismo, que recuperou o controle do Parlamento por maioria esmagadora.

A UE considera que o Parlamento eleito em 2015, e cujo mandato terminou em janeiro de 2021, é "a última expressão livre dos venezuelanos em um processo eleitoral" e, mais cedo, juntamente com os Estados Unidos e o Canadá, o grupo mostrou a vontade de "rever" as sanções contra o governo de Nicolás Maduro.

Sanções

"Elogiamos o progresso substantivo e confiável para restaurar os processos e instituições democráticas essenciais na Venezuela e estamos prontos para revisar as políticas de sanções com base no progresso significativo em uma negociação integral", disseram em um comunicado conjunto.

Os três enfatizaram que a "solução pacífica" para a Venezuela deve surgir de um diálogo interno "com a participação de todos os atores", que conduza a "eleições locais, legislativas e presidenciais credíveis, inclusivas e transparentes".

Para isso, pediram a "libertação incondicional de todos os detidos injustamente por motivos políticos, a independência dos partidos políticos, a liberdade de expressão, incluindo a de membros da imprensa, e o fim dos abusos dos direitos humanos".

"Pedimos condições eleitorais que atendam aos padrões internacionais de democracia, começando com as eleições locais e regionais marcadas para novembro de 2021", disseram.

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Fonte: G1

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