Jornalistas afegãos são detidos pelo Talibã e espancados, diz editor

Por Rogerio Magno em 10/09/2021 às 14:15:59
Eles cobriam um protesto de mulheres em Cabul. Talibã disse que qualquer ataque a profissionais de imprensa será investigado. Jornalistas mostram ferimentos após serem espancados pelo Talibã em Cabul, Afeganistão. Foto tirada em 8 de setembro de 2021

Etilaatroz/via Reuters

Dois jornalistas afegãos sob custódia da polícia foram espancados nesta semana depois de cobrirem um protesto de mulheres em Cabul, durante o qual foram detidos pelo Talibã, disse seu chefe.

Zaki Daryabi, fundador e editor-chefe do jornal Etilaat Roz, compartilhou nas redes sociais imagens de dois repórteres, um com marcas largas e vermelhas na parte inferior das costas e pernas e outro com marcas semelhantes no ombro e no braço.

As fotos, que foram verificadas pela agência Reuters também mostram os dois com hematomas e cortes nos rostos.

Quando questionado sobre o incidente, um ministro interino do Talibã que foi indicado ao posto quando o novo governo foi anunciado na terça-feira disse que qualquer ataque a jornalistas será investigado. Ele não quis ser identificado.

Jornalistas mostram ferimentos após serem espancados pelo Talibã em Cabul, Afeganistão. Foto tirada em 8 de setembro de 2021

Etilaatroz/via Reuters

Daryabi disse que os espancamentos enviam uma mensagem arrepiante à mídia do Afeganistão, onde uma imprensa independente, em grande parte financiada por doadores ocidentais, floresceu nos últimos 20 anos.

"Cinco colegas foram mantidos em um centro de detenção durante mais de quatro horas, e durante estas quatro horas dois de nossos colegas foram espancados e torturados brutalmente", disse ele à Reuters nesta quinta-feira, o dia seguinte ao incidente.

ONU denuncia violações dos direitos humanos no Afeganistão

Ele ainda disse que os repórteres feridos foram levados ao hospital e que médicos os aconselharam a tirar duas semanas de descanso.

O Talibã tem prometido permitir a atuação da mídia e respeitar os direitos humanos.

Leia também: ONU acusa Talibã de matar 4 em protesto pacífico no Afeganistão

Fonte: G1

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