ONU não tem como exigir comprovante de vacina de chefes de Estado, diz secretário-geral

Por Rogerio Magno em 16/09/2021 às 09:15:07
A sede da ONU fica em Nova York, e a prefeitura da cidade quer obrigar os chefes de Estado que vão entrar no saguão onde acontece a assembleia a mostrar comprovante de vacina. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em imagem de 4 de fevereiro

AFP/Angela Weiss

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, disse à agência de notícias Reuters na quarta-feira (15) que ele não pode pedir aos líderes de países um comprovante de vacina contra a Covid-19 para eles possam entrar no salão onde acontecerá a assembleia geral da ONU, marcada para o dia 21.

A cidade de Nova York disse que é preciso prova de vacinação para que as pessoas possam entrar no salão.

Oficialmente, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, não está vacinado. Se a decisão da prefeitura de Nova York for acatada pela ONU, ele pode ser proibido de entrar no saguão do prédio da organização. O presidente do Brasil é, tradicionalmente, o primeiro a discursar na assembleia.

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Na semana que vem, chefes de Estado e ministros de Relações Exteriores deverão ir a Nova York para a reunião. Outros líderes já avisaram que não vão e que vão enviar vídeos, para evitar o risco de contaminação pelo coronavírus.

"Nós, como secretariado, não podemos dizer a um chefe de Estado que se ele não é vacinado ele não pode entrar nas Nações Unidas", disse Guterres.

A sede da ONU é em Nova York, mas trata-se de um território internacional que não é sujeito às leis dos EUA.

No entanto, os dirigentes da ONU já se comprometeram a observar as regras locais de prevenção ao coronavírus.

"Nós conversamos com a prefeitura sobre as diferentes maneiras para garantir que haja o máximo de pessoas vacinadas, e o gabinete do prefeito disponibilizou uma capacidade de vacinação a nosso dispor. Então as pessoas que vierem poderão ser vacinadas", disse Guterres.

As discussões sobre quantos diplomatas podem ser vacinados ilustra a desigualdade da campanha global de vacinação –foram distribuídas 5,7 bilhões de doses no mundo, mas apenas 2% foram para a África.

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Fonte: G1

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