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Alexander Litvinenko morreu após ser envenenado com polônio 210, no Reino Unido, em 2006. Quando estavam em condição crítica, ele acusou o presidente russo, Vladimir Putin, pelo crime. Foto de Alexander Litvinenko em novembro de 1998, quando ele integrava o serviço secreto da Rússia, a FSBVasily Djachkov/ReutersO Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) considerou nesta terça-feira (21) que a Rússia é a "responsável" pelo assassinato do ex-espião e opositor Alexander Litvinenko, envenenado com polônio 210, no Reino Unido, em 2006.O Tribunal declarou a Rússia culpada por violar o artigo 2 do Convênio Europeu de Direitos Humanos, que garante o direito à vida, e o artigo 38, que obriga os Estados membros do TEDH a apresentar todos os documentos necessários para examinar um caso.A corte também condenou o governo russo a pagar 100 mil (cerca de R$ 625 mil) à viúva de Litvinenko por danos morais. O governo russo chamou a decisão de "infundada" (veja mais abaixo).Opositor do governo russo e exilado no Reino Unido, Litvinenko morreu em 23 de novembro de 2006 envenenado com polônio 210, uma substância radioativa altamente tóxica. Quando estavam em condição crítica, ele acusou o presidente russo, Vladimir Putin, pelo envenenamento.Marina Litvinenko e seu filho Anatoly deixam a Corte Real de Justiça de Londres em foto de 20165Justin Tallis/AFPA corte afirmou que, "além de qualquer dúvida razoável", os russos Andrei Lugovoy e Dmitri Kovtun executaram o assassinato e existem "fortes indícios" de que atuaram em nome das autoridades russas.Os magistrados consideraram que "o assassinato de Litvinenko era imputável à Rússia" e que o governo russo não apresentou uma explicação alternativa "satisfatória" nem refutou as conclusões da investigação pública no Reino Unido.O juiz russo do TEDH, que fica em Estrasburgo, no nordeste da França, emitiu um voto particular a respeito da violação do direito à vida.O governo russo chamou a decisão de "infundada"."O TEDH dificilmente tem autoridade ou capacidade tecnológica para possuir informações sobre o assunto", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "Ainda não há resultados desta investigação e fazer tais afirmações é, no mínimo, infundado".VÍDEOS: as últimas notícias internacionais