Review | Beats Studio Buds: fala bem com Android e (quase) te isola do mundo

Por Rogerio Magno em 08/10/2021 às 16:33:00

Design

Por fora o Beats Studio Buds, ainda fechado no case, não tenta reinventar a roda dos fones de ouvido completamente sem fios, também chamados de TWS. Ele parece um pequeno sabonete, ou uma versão fosca e com cantos arredondados dos AirPods Pro.

Beats Studio Buds e AirPods Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Beats Studio Buds e AirPods Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Ter esse acabamento e tamanho ajuda em alguns pontos, com o principal deles na ergonomia. É confortável segurar o estojo, enquanto ele também não faz muito volume no bolso da calça. Não ter ângulos retos colabora na hora de não enroscar com nada e você consegue abrir o case com uma só mão.

Existem dois pontos importantes aqui no lado de fora, no case. O primeiro é a presença de uma porta USB-C e não Lightning, que reforça o objetivo da Beats ser uma marca independente e funcionar com o maior número de dispositivos possível, mesmo tendo a Apple como dona. O segundo é negativo e é a falta de carregamento wireless.

Beats Studio Buds tem porta USB-C (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Beats Studio Buds tem porta USB-C (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Eu sei, nem todo mundo tem um carregador sem fios em casa, mas o problema é que na faixa de preço deste fone da Beats, os concorrentes oferecem isso. Entende? Em modelos mais caros é bom ter mais opções de coisas para fazer com o produto, o que faltou por aqui.

Já os Buds mesmo, os fones, são pequenos e leves. A Beats conseguiu fazer com que cada lado ficasse com cinco gramas. Para você ter uma ideia, esse é perto do peso de um beija-flor ou cinco tampas de caneta Bic.

Beats Studio Buds (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Beats Studio Buds (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Ter apenas cinco gramas significou conforto durante o uso, já que eu nunca senti algo incomodando no meu ouvido. Se este ponto é positivo, eu notei um nem tanto e ele volta a circular no tamanho diminuto: mãos não tão pequenas têm dificuldade na hora de pegar qualquer um dos lados.

Fechando a parte externa, a borracha do fone encaixou bem no meu uso e eu não precisei trocar por nenhuma que acompanha a embalagem. Mesmo sem apoio extra, não senti que o Beats Studio Buds poderia cair, nem mesmo quando estava correndo. Os controles possíveis são feitos em um botão que pressiona os Buds para dentro do canal auditivo, o que pode ser um detalhe importante para manter os fones por lá e não no chão.

Beats Studio Buds (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Beats Studio Buds (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Conexão

Uma vez aberto, o Beats pode ser conectado automaticamente em um iPhone ou no sistema operacional do Google. No iOS essa experiência de pareamento veloz é comum em fones da própria marca ou nos outros Beats, mas no Android o cenário não é sempre esse. Por aqui você precisa abrir o case, segurar o botão interno e tocar no card para conectar o fone ao Android.

O sistema operacional já indica um app responsável por controlar recursos do Beats Studio Buds e pronto, já pode usar. Se você já tem o aplicativo, é só tocar no card e sair escutando o que quiser. Essa é a mesma experiência do iPhone, mesmo sem qualquer chip H1 ou W1 por dentro, que facilita esse processo.

Beats Studio Buds (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Beats Studio Buds (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

A ausência deste chips acaba removendo alguns recursos extras para o pessoal do iPhone, como o pareamento rápido para todos os dispositivos vinculados ao Apple ID, mas deixa o fone mais universal, sem barreiras de sistema operacional. Essa uniformidade aparece até mesmo nos controles do app do Android, que são os mesmos presentes nos ajustes do Bluetooth do iPhone. Lá você pode renomear o fone, controlar o cancelamento de ruído e fazer atualizações.

Beats Studio Buds e seu app no Android (Imagem: reprodução)
Beats Studio Buds e seu app no Android (Imagem: reprodução)

Existe, na verdade, uma limitação que pode nem chamar tanta atenção assim: no iOS o usuário pode chamar a Siri por voz, mas no Android o Google Assistente ou qualquer outro assistente pessoal do aparelho (como a Alexa), não tem o mesmo atalho.

Dá para chamar o assistente ao pressionar e segurar o botão do fone, mas não é o mesmo conforto.

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Qualidade de som

Se tem uma coisa que a Beats sabe fazer, ou ao menos sabia, é como colocar os graves acima de tudo. Este tipo de foco faz todo sentido em música eletrônica, mas desde a compra da empresa pela Apple, esse cenário mudou e o áudio passou a contar com outras frequências.

O Beats Studio Buds ainda tem um grave forte, mas sons agudos e médios também estão presentes. Eu senti o som uniforme, com apenas um ganho extra bem pequeno nos graves. O conjunto é bom o suficiente para a maior parte das pessoas, mas pode deixar frustrados os amantes daquela assinatura focada só em música eletrônica.

Algumas marcas podem compensar essa equalização ao permitir o controle de outras frequências no app que controla os fones, mas isso não acontece por aqui. A configuração para o som presente nos Beats Studio Buds é a mesma que estará em tudo que você vai ouvir, seja no Android, iPhone ou em qualquer produto compatível com Bluetooth.

Se você quer algo extra, o Beats Studio Buds oferece suporte para o Dolby Atmos utilizado pelo Apple Music, serviço de streaming que também está presente no Android.

Beats Studio Buds (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Beats Studio Buds (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Para deixar o som melhor em muitas situações, o Beats Studio Buds oferece cancelamento de ruído ativo e ele é suficiente para muitas situações. Em casa, no escritório que fica com a janela que dá pra uma avenida de grande movimento, eu consegui remover o barulho do motor dos ônibus e dos carros.

Lá na rua mesmo, o conforto seguiu a mesma tendência. Ele seria bom, mas eu já experimentei soluções melhores para esse recurso, que acabam sendo mais caras, como o Sony WF-1000XM3 ou os AirPods Pro da Apple. O problema é que, ao menos até a publicação deste review, apenas o modelo da empresa da maçã está no mercado e ele custa quase o dobro do Studio Buds, então dá para aceitar um resultado pouco inferior.

Uma coisa neste isolamento me incomodou e ela está no controle do recurso. Apertar e segurar o botão por mais de um segundo ativa ou desliga a ferramenta, mas também liga o modo ambiente. Eu demorei para entender em qual configuração eu estava, quando girava entre as opções. Em muitas vezes precisei pegar o celular pra colocar onde eu queria o cancelamento.

Eu gosto mais da experiência dos AirPods Pro, que contam com modo ambiente ou cancelamento de ruído, sem o “desligado” no meio para confundir. Nessas duas opções, o resultado é drástico o suficiente para deixar claro pro usuário onde ele está.

Por fim, a bateria prometida é de oito horas de música sem parar e com isolamento desligado, fechando 24 horas com as três cargas que o estojo dá. Por lá, cinco minutos com o case fechado recompõem uma hora de música. Nos meus testes os fones funcionam dentro desse prazo, passando poucos minutos até os fones desligarem por completo.

Vale a pena?

Beats Studio Buds (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Beats Studio Buds (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Olha, eu poderia recomendar os Beats Studio Buds de cara e sem muito receio, mas você precisa ter alguns pontos em mente. Eu gostei muito do áudio equilibrado, mesmo com aquele pé dentro dos graves, mas se você é amante de música eletrônica, pode sentir falta de pancadas típicas da fase antiga da marca.

O acabamento do estojo é ótimo, dos fones também e a integração uniforme tanto no Android como no iPhone é um deleite para qualquer pessoa. Por outro lado, o cancelamento de ruído não é dos melhores e fones de ouvido que custam a metade dos Studio Buds fazem a mesma coisa. É claro que eles deixam de lado essa praticidade de pareamento fácil com tantos celulares, não oferecem o mesmo conforto no ouvido e são maiores.

No fim das contas, o Beats Studio Buds é equilibrado o suficiente para agradar muita gente. Eu senti falta mesmo foi do carregamento wireless. Ah, claro, o preço sugerido pros fones é de R$ 1.799. É caro, mas a concorrência não entrega os mesmos recursos pro conforto que ele faz no Android e iOS.

Se você quer uma alternativa custando quase a metade do preço, mas sem muitos recursos, se você for dono de um iPhone, eu recomendo os Galaxy Buds Pro.

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Fonte: Olhar Digital

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