Biden rejeita proposta de Trump de reter documentação sobre invasão do Capitólio

Por Rogerio Magno em 08/10/2021 às 21:03:20
Trump queria que o privilégio executivo, que permite que um presidente mantenha a confidencialidade de certas comunicações, fosse acionado para impedir que os Arquivos Nacionais dos EUA entregassem documentos relacionados ao ataque de 6 de janeiro. Foto de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio dos EUA, mostra policiais conversando com apoiadores do então presidente americano, Donald Trump, incluindo Jacob Chansley (à direita), do lado de fora do plenário do Senado

Manuel Balce Ceneta/AP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, rejeitou nesta sexta-feira (8) uma proposta do antecessor Donald Trump de reter documentos de um comitê do Congresso que investiga a invasão de 6 de janeiro ao Capitólio.

Trump sugeriu que o privilégio executivo, que permite que um presidente mantenha a confidencialidade de certas comunicações, fosse acionado para impedir que os Arquivos Nacionais dos EUA entregassem documentos relacionados ao ataque de 6 de janeiro ao comitê.

Especialistas jurídicos estão divididos sobre se isso se aplica a um ex-presidente, e Biden se recusou a acionar a medida em nome de Trump.

A secretário de imprensa de Biden, Jen Psaki, disse que a Casa Branca está "cooperando com as investigações em andamento" e "determinou que uma afirmação de privilégio executivo para o primeiro conjunto de documentos não se justifica".

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e a ex-primeira-dama Melania Trump deixam a Casa Branca em 20 de janeiro de 2021, dia da posse Joe Biden

Leah Millis/Reuters

Daqui para frente, Biden "avaliará casos de privilégio caso a caso", mas acredita que é "de extrema importância para o Congresso e o povo americano ter um entendimento completo dos eventos daquele dia para evitar que voltem a acontecer."

O comitê que investiga o ataque ao Capitólio emitiu um pedido de registros em agosto relacionado à tentativa dos apoiadores de Trump de bloquear a certificação no Congresso da vitória eleitoral de Biden em novembro.

Entre os registros e documentos solicitados estão comunicações de Trump, membros de sua família, seus principais assessores, seus advogados e dezenas de outros ex-membros de sua administração.

'Desprezo pelo Congresso'

O comitê também emitiu intimações a quatro ex-conselheiros de Trump: Mark Meadows, Kash Patel, Dan Scavino e Steve Bannon.

O site Politico e o jornal "The Washington Post" relataram na quinta-feira que Trump pediu a seus quatro ex-assessores para que não cooperem com a investigação.

O congressista Bennie Thompson, presidente do comitê, disse nesta sexta que Meadows, ex-chefe de gabinete de Trump, e Patel, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, estavam "comprometidos com o comitê seleto".

Mas Bannon, um ex-conselheiro político próximo de Trump, "indicou que tentará se esconder atrás de referências vagas aos privilégios do ex-presidente", disse Thompson.

"O Comitê Seleto espera plenamente que todas essas testemunhas cumpram as exigências de documentos e depoimentos", continuou.

"Não permitiremos que nenhuma testemunha desafie uma intimação ou tente esgotar o tempo, e consideraremos rapidamente o encaminhamento de um processo criminal por desacato ao Congresso", concluiu Thompson.

A declaração da comissão não menciona Scavino. De acordo com a imprensa americana, o comitê não foi capaz de localizá-lo para lhe entregar uma intimação.

Até o momento, o órgão parlamentar realizou apenas uma audiência, no dia 27 de julho, quando quatro policiais do Capitólio e de Washington testemunharam sobre a defesa do Senado e da Câmara dos Representantes no dia 6 de janeiro.

Trump tem consistentemente se recusado a reconhecer sua derrota para Biden e continua a fazer afirmações infundadas de que ele ganhou a eleição presidencial.

O magnata do mercado imobiliário foi indiciado em janeiro pela Câmara, controlada pelos democratas, por incitar a insurreição, mas foi absolvido pelo Senado.

Fonte: G1

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