Variante ômicron, mais transmissível, provoca novas medidas de restrição para conter agravamento da pandemia. Em Nanjing, na China, funcionário esteriliza entorno de hotel em que hóspede foi diagnosticado com Covid-19
STR/AFP
Diante da elevação do número de casos de Covid-19, principalmente na Europa, países tentam encontrar uma forma de controlar a propagação do vírus sem que haja tantos prejuízos para a economia.
"Um rápido aumento da [variante] ômicron (...) provocará um grande índice de hospitalizações, especialmente entre os não vacinados", afirmou, nesta terça-feira (28), Catherine Smallwood, uma das autoridades do braço europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O setor de viagens, por exemplo, foi fortemente impactado na época do Natal, uma das mais movimentadas do ano para as companhias aéreas. Depois de pilotos e comissários de bordo entrarem em contato com pessoas contaminadas, cerca de 7 mil voos foram cancelados no mundo no último fim de semana.
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O controle da pandemia é dificultado pelos baixos índices de vacinação (seja pela resistência da população em ser imunizada ou pela falta de doses em países pobres) e pelas limitações na testagem rápida dos pacientes.
Abaixo, veja as medidas tomadas nesta terça por países que assistem à elevação no número de casos de Covid:
China
Nesta terça (28), moradores de Yan'an entraram em regime de confinamento: estão proibidos de dirigir seus carros, e apenas uma pessoa de cada casa pode sair, de três em três dias, para comprar alimentos.
A China já havia determinado também, na última quinta-feira (23), o isolamento de centenas de milhares de cidadãos na cidade de Xian, para conter outro foco de transmissão do coronavírus. Mais de 200 casos foram registrados na região entre 9 e 22 de dezembro.
É um número muito menor do que a quantidade de contágios registrados em países europeus e e nos Estados Unidos. Mas, desde a primeira onda de Covid-19, detectada no fim de 2019 em Wuhan, a China adota a postura de fechar fronteiras e de impor restrições severas diante de qualquer aumento nos índices de contaminação.
Índia
A Índia aprovou nesta terça-feira o uso do molnupiravir -- comprimido contra Covid-19 produzido pela farmacêutica americana MSD -- para situações de emergência.
Em outubro, a empresa afirmou que esse medicamento reduz hospitalizações e mortes de pessoas que estão no ciclo inicial da doença (veja vídeo abaixo).
Farmacêutica americana anuncia antiviral que reduz pela metade hospitalizações e mortes por Covid
Segundo o ministro nacional da Saúde, Mansukh Mandaviya, treze empresas indianas fabricarão o remédio.
México
No México, autoridades do estado de Jalisco impediram o desembarque de passageiros de um cruzeiro que saiu dos Estados Unidos em direção à cidade de Puerto Vallarta, após a detecção de casos de Covid-19 entre membros da tripulação.
É a segunda vez que algo similar acontece em quatro dias neste mesmo destino turístico.
Medidas anunciadas no início da semana
Abaixo, confira medidas anunciadas na segunda-feira (27):
Estados Unidos
Embora os contágios diários se aproximem da marca recorde de janeiro de 2021 (250 mil), o presidente Joe Biden disse que os impactos não serão tão significativos quanto os produzidos pela variante delta.
"A ômicron é uma fonte de preocupação, mas não deveria ser uma fonte de pânico", afirmou.
Em uma tentativa de evitar a escassez de mão de obra, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos reduziu o período de isolamento para casos assintomáticos de 10 para cinco dias.
Grécia
A Grécia anunciou o retorno do trabalho remoto para pelo menos 50% dos trabalhadores dos setores público e privado entre 3 e 16 de janeiro. Restaurantes, bares, cafés e casas noturnas devem fechar à meia-noite.
Na semana passada, o governo impôs a obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes internos e externos e cancelou as festividades de fim de ano.
Reino Unido
Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte decretaram:
limites no total de pessoas reunidas em encontros,
restrições nos horários de funcionamento de bares e restaurantes;
imposição de distanciamento social.
Na Inglaterra, o governo aguarda mais evidências para descobrir se o serviço de saúde consegue lidar com as altas taxas de infecção.
O ministro da Saúde britânico, Sajid Javid, disse que a variante ômicron é responsável por cerca de 90% dos casos em todo o país.
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